Levando a Glória de Cristo as Nações

Países do Sudeste Asiático

 

BRUNEI

O Brunei, oficialmente Estado do Brunei Darussalam (em inglês State of Brunei Darussalam), é um pequeno sultanato do sudeste asiático, localizado na costa norte da ilha do Bornéu. Está dividido em dois territórios separados, embora muito próximos, separados apenas pela Baía do Brunei, ambos com costa a norte, aberta para o Mar da China Meridional, e rodeados pelos restantes lados por território pertencente à Malásia. possui como maior cidade e capital Bandar Seri Begawan.

 

História

O Brunei foi um sultanato poderoso nos séculos XVI a XIX, mas tornou-se um protetorado do Reino Unido em 1888. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, foi invadido pelo Japão, mas já em 1945 voltou ser protetorado britânico. Em 1959, o país obteve a independencia, mas o Reino Unido se manteve responsável por sua defesa e relações exteriores.

Em 1962 foi sufocada uma revolta contra o governo, por tentativa de unificação do país com a Malásia. Em 1984, o país se tornou completamente independente, mas com governo ditadoral, liderado pelo sultão Muda Hassanal Bolkiah, que é também o primeiro ministro, chefe de estado e de governo de Brunei.

 

Corrupção

Em 1998, o príncipe Jefri Bolkiah, irmão mais novo do sultão, foi afastado de empresas estatais por má adminstração e pela falência de um empresa estatal, a Amedeo Development Corporation, que acumulou prejuízos de US$ 16 bilhões e 23 mil novos desempregados. O sultão, que antes era considerado o homem mais rico do mundo, teve sua fortuna diminuída de US$ 40 bilhões para US$ 10 bilhões. Ele então processou o irmão.

 

Geografia

O Brunei consiste de duas partes sem ligação. 97% da população vive na parte maior, a ocidente, enquanto que só 10 000 pessoas vivem na parte leste, montanhosa, que constitui o distrito de Temburong. As cidades principais são a capital, Bandar Seri Begawan (cerca de 46 000 habitantes), a cidade portuária de Muara e Seria.

O clima no Brunei é tropical, com temperaturas e humidade atmosférica elevadas e muita chuva.

 

Política

O Brunei é uma monarquia governada por um sultão que dirige um conselho de ministros e é coadjuvado por vários conselhos. Não existe um parlamento eleito mas, em Setembro de 2004, o Sultão convocou um conselho legislativo nomeado por ele. O sultão é o chefe de estado e de governo do país, o atual sultão Hassanal Bolkiah possui como herdeiro legitimo designado seu filho mais velho o príncipe Al-Muhtadee Billah, que também possui cargos na política de seu pai, o sultão.

 

Símbolos nacionais

A bandeira nacional foi criada a 29 de Setembro de 1959 quando o território era um protectorado britânico. Quando o Brunei obteve a sua independência definitiva, a 1 de Janeiro de 1984 esta bandeira foi adoptada oficialmente. Esta é composta por uma bandeira amarela atravessada no sentido do canto superior esquerdo para o canto inferior direito por duas listras de cor preta e branca (a branca por cima) e ao centro o escudo do país. O escudo é constituído por uma meia-lua, que representa o Islão, do guarda-sol real (chamado Payung Ubor-Ubor) que representa a monarquia, as luvas nas laterais e, por baixo, a inscrição em árabe Brunei Darussalam y la shahada.

O brasão de armas é destacado na Bandeira do Brunei. Ele foi originalmente adoptado em 1932. Há cinco componentes principais no brasão nacional. Eles são a bandeira, a cúpula real, o ala, as mãos, e as crescentes. Sobre o crescente está escrito, em escrita árabe, o lema nacional: "Sempre em serviço com orientação de Deus". Abaixo está uma bandeira com o nome da nação, também escrita em árabe, "Brunei Darussalam" ou Brunei, terra de paz. As asas simbolizam protecção da justiça e da paz. Abaixo destes está o crescente que é o símbolo do Islão, a religião nacional de Brunei. As mãos simbolizam o governo que tem o dever de proteger as pessoas.

"Allah Peliharakan Sultan" é a denominação oficial dada pelo sultão de Brunei ao seu hino nacional.

 

Subdivisões

O Brunei está dividido em quatro distritos, chamados "daerah":

 

Economia

A economia de Brunei baseia-se, fundamentalmente, nas exportações dos seus recursos minerais: petróleo, gás natural (primeiro país em exportação de gás liquefeito) e carvão. Também há exportação florestal e a pesca. Sua agricultura é de tipo tropical com cultivo de arroz, coco e caucho. A principal riqueza do Brunei é o petróleo que foi descoberto na região em 1929, que contribui para mais de metade do Produto Nacional Bruto. Brunei faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.

Cerca de 30% dos habitantes trabalham para o Governo do Sultão e não existem impostos sobre a renda de seus habitantes. A educação, a saúde e a moradia são gratuitas, os que não tem moradia podem se cadastrar para receberem uma moradia popular que têm cerca de 200 metros quadrados.

 

Cultura

Os idiomas do Brunei são o malaio, inglês, chinês e tâmil. A religião com mais crentes é o islamismo 53,6%, seguido das crenças tradicionais 12,3%, budismo 9,7% e cristianismo 15,4%. A liberdade de culto é limitada e a evangelização é proibida.

 

Alimentação

O país tem hábitos alimentares bem diferentes. As frutas mais comuns são a famosa Carambola, a banana e a graviola e os pratos são extremamente exóticos, os mais comuns nos restaurantes das cidades Bruneianas são de origem árabe, mistura-se bastante frutas com legumes e os grelhados também são optados pelo povo de Brunei.

 

Vestuário

Os hábitos de vestimenta são bastante incomuns aos países ocidentais. As mulheres usam roupas bem estampadas, misturando muitas cores e complementando com a burca que é adotada devido as tradições muçulmanas do país, onde a mulher é bastante reservada quanto às vestimentas. Os homens por sua vez utilizam roupas em tons mais discretos e um turbante na cabeça (utilizado na maioria das vezes em festas). É interessante ressaltar que apesar de essas roupas serem “tradicionalistas” não é toda a população do país que utiliza rigorosamente esse tipo de roupa, até porque o país, ainda seja em maior quantidade de origem Malaia, possui mais de uma origem.

 

Costumes

Os costumes são milenares e rígidos de acordo com a tradição islâmica, existindo inclusive uma polícia religiosa para investigar se os costumes religiosos são cumpridos.

A taxa de criminalidade é baixíssima, nos últimos seis anos ocorreram apenas 3 assassinatos. O tráfico de drogas é punido com pena de morte e a bebida alcoólica é proibida.

 

CAMBOJA

 

Kâmpŭchea, nome oficial Reino do Camboja é um país asiático da Indochina, limitado a norte pelo Laos, a leste e a sul pelo Vietnã, a oeste pelo Golfo da Tailândia e a oeste e a norte pela Tailândia. Sua capital é Phnom Penh.

 

História

As esparsas evidências para a ocupação humana durante o Pleistoceno são algumas ferramentas feitas a partir de quartzo e quartzito, encontrados ao longo dos terraços do rio Mekong nas províncias de Strung Teng, Kratié e Kampot, mas não há datas para essa ocupação até o momento.

Outras evidências arqueológicas mostram comunidades de caçadores-coletores habitando a região do atual Camboja durante o Holoceno. O sitio arqueológico considerado mais antigo do Camboja é a caverna de Laang Spean, em Battambang, e pertence ao período Hoabinhian. Escavações nas camadas mais profundas indicam uma ocupação de 6000 a.C.[ Nas camadas mais superficiais do mesmo sítio, existem evidências de transição para o Neolítico, contendo dados das primeiras cerâmicas cambojanas.

Dados arqueológicos para o período entre o Holoceno e a Idade do Ferro são muito escassas. Outros sítios pré-históricos famosos na região é o Samrong Sen (não muito longe da antiga capital Oudong), onde as escavações na região iniciaram em 1877 e Phum Snay, na província do norte de Banteay Meanchey. Artefatos pré-históricos também foram encontrados em Ratanakiri durante uma mineração.

A evidência pré-histórica que chama mais atenção, provavelmente são os canais circulares (possivelmente canais de dranagem ou irrigação) descobertos em Memot e nas adjacências do Vietnã nos anos 1950. Sua função ainda não está clara, mas as datas mostram que sua construção pode ter sido em 2000 a.C..

Um grande acontecimento na pré-história Cambojana é a lenta introdução do cultivo de arroz pelo norte, que começou em torno de 3000 a.C. Os fazendeiros que disseminaram essa cultura do arroz, provavelmente falavam um língua mon-khmer.

O ferro começou a ser trabalhado em torno de 500 a.C. Grande parte das evidências arqueológicas vem do Planalto de Khorat, atualmente na Tailândia. No atual Camboja foram encontados alguns assentamentos da Idade do Ferro em torno dos templos Angkorianos, como Baksei Chamkrong, e alguns canais circulares - como Lovea - localizados alguns quilômetros a nordeste de Angkor. Sepultamentos, muito ricos, atestam para a existência de fartura de comida e comécio (mesmo a longa distância: em 400 a.C. já existia comércio com a Índia), a existência de estruturas sociais e trabalho organizado.

 

Período pré-angkoriano e políticas angkorianas

O Angkor Wat, um dos símbolos do país.

Sudeste asiático em torno de 1100 d.C. O território do império Khmer está em azul.

Durante o , e século d.C., os estados indianizados de Funan e Chenla se juntaram e tiveram o domínio do atual Camboja e sudoeste do Vietnã. Esses estados são encarados por muitos estudiosos por serem do Khmer. Por mais de dois mil anos, Camboja foi influênciado pela Índia e China, passando esse conhecimento e cultura para as civilizações do sudeste asiático, que correspondem hoje à Tailândia, Vietnã e Laos. O império Khmer surgiu na área do século IV ao século XIII. Em torno do século XIII, o budismo teravada foi introduzido por monges do Sri Lanka. A partir de então, o budismo teravada cresceu e se tornou a religião mais popular. A partir desse período, o Império Khmer começou a declinar, mas manteve seu poder até o século XV. O centro do poder do império estava em Angkor, onde uma série de capitais foram construídas durante o auge do império. Angkor poderia ter suportado uma população de até 1 milhão de pessoas. Angkor, uma das maiores civilizações antigas, e Angkor Wat, o mais famoso e preservado templo religioso desse período, são resquícios de um passado cambojano com um grande poder regional.

 

Idade média no Camboja

Após uma longa série de guerras contra os reinos vizinhos, Angkor foi saqueadas pelos tailandeses e abandonada em 1432 por quebra de sua infraestrutura e desastres ecológicos.[ A corte moveu a capital para Lovek onde o reino pode usufruir a glória do comércio marítimo. Mas não durou muito tempo, uma vez que as contínuas guerras contra os tailandeses e vietnamitas resultaram na perda de mais território e a conquista de Lovek em 1594. Nos próximos três séculos seguintes, o reino Khmer alternou entre ser um estado vassalo dos tailandeses e vietnamitas e curtos períodos de relativa independência.

 

Modernidade e Indochina Francesa

O Rei Norodom foi o responsável por salvar o Camboja das guerras

Em 1863, Rei Norodom, que havia sido colocado no poder pela Tailândia, pediu a proteção da França contra os tailandeses e vietnamitas, após as tensões entre esses reinados terem crescido. Em 1867, o rei tailandês assinou um tratado com a França renunciando sua suzerania sobre o Camboja, em troca do controle das províncias de Battambang e Siem Reapp, que passaram a pertencer oficialmente a Tailândia. Essas províncias voltaram a fazer parte do Camboja, após um tratado entre a França e a Tailândia em 1906.

O Camboja continuo com o protetorado da França de 1863 a 1953, administrado como parte da colonia da Indochina Francesa, menos durante a ocupação do Império Japonês de 1941 a 1945. Após a morte do rei Norodom em 1904, a França manipulou quem deveria suceder o trono e Sisowath, irmão de Norodom, foi colocado no trono cambojano. O trono ficou vago novamente em 1941 com a morte de Monivong, filho de Sisowath, e a França ignorou o herdeiro legítimo Monireth, filho de Monivong, achando que ele possuía uma mentalidade de independência. Ao invés disso, Norodom Sihanouk, que tinha 18 anos na época, foi colocado no poder. A França achou que Sihanouk seria facilmente manipulado, porém eles estavam errados. No dia 9 de novembro de 1953, sob o reinado de Sihanouk, o Camboja ganhou a independência da França.

Camboja se tornou uma monarquia constitucional com o rei Norodom Sihanouk. Quando a Indochina Francesa deu a independência, o Camboja perdeu oficialmente o Delta do Mekong, passando para o Vietnã. Na prática, a área já vinha sendo controlada pelos vietnamitas desde 1698, quando o rei Chey Chettha II permitiu que os vietnamitas poderiam construir assentamentos na área.

 

Período pós segunda guerra

Foi após a Segunda Guerra Mundial que o forte sentimento nacionalista, liderado pelo recém surgido Partido Popular Revolucionário do Kampuchea (KPRP/PPRK), sob os auspícios do Vietnã, levou a França a conceder a independência cambojana, em 9 de Novembro de 1953. Norodom Sihanouk, cujo partido vence todas as eleições para a Assembléia Nacional, de 1955 a 1966, governa com amplo poder, mas enfrenta uma forte oposição de esquerda. A partir de 1964, com o surgimento do Khmer Vermelho, treinados em técnicas de combate como Wayshia, o Khmer Vermelho, passa a se deparar com uma violenta rebelião comunista, que atinge o seu auge nos anos 1967/68. Em 1970, enquanto Sihanouk viajava por Moscou e Pequim, seu primeiro-ministro, o Marechal Lon Nol, dá um golpe de Estado e, a 18 de Março, a Assembléia Nacional vota por unanimidade a deposição do governante ausente. A 17 de Abril de 1975, as forças do Khmer Vermelho entram na capital, Phnom Penh, quase sem resistência, marcando o fim da administração Lon Nol. O breve, mas sangrento, regime de Pol Pot e dos Khmer Vermelho terminou em 1978 com a intervenção do Vietnã que instalou um regime "amigo". Os Khmers Vermelhos continuaram a luta armada contra o regime até aos anos 1990 do século XX, quando o Camboja, sob a égide da ONU iniciou um processo de democratização.

 

Geografia

O Camboja tem cerca de 181 040 km² de superfície e partilha uma fronteira de 800 km com a Tailândia no norte e ocidente, uma fronteira de 541 km com o Laos no nordeste e uma fronteira de 1 228 km com o Vietname, no leste e sueste. Tem 443 km de costa no golfo da Tailândia.

A principal característica topográfica do país é a planície lacustre formada pelas inundações do Tonle Sap (Grande Lago), que tem cerca de 2 590 km² de superfície durante a estação seca e 24 605 km² na estação das chuvas. Esta planície densamente povoada, dedicada ao cultivo de arroz, constitui o coração do Camboja. A maior parte (cerca de 75%) do país situa-se a menos de 100 m de altitude, sendo as únicas excepções as montanhas Cardamon (que culminam a 1 771 m), a sua extensão oriental, que se dispõe em sentido norte-sul, a cadeia Elefante (com altitudes que variam entre os 500 e os 1 000 m), e as escarpas alcantiladas das montanhas Dangrek (com uma altura média de 500 m), que se estendem ao longo da fronteira norte com a Tailândia.

As temperaturas variam entre os 10 °C e os 38 °C. O Camboja sofre o efeito das monções tropicais: a monção de sudoeste, que sopra do mar em direcção ao nordeste, traz ventos carregados de humidade do golfo da Tailândia e do oceano Índico entre Maio e Outubro, sendo o período de maior precipitação nos meses de Setembro e Outubro; a monção de nordeste, que sopra do interior para a costa, traz consigo a estação seca, de Novembro a Março, sendo Janeiro e Fevereiro os meses de menor precipitação.

 

Demografia

A população de Camboja passa dos catorze milhões de habitantes e a maior parte está formada pelo grupo étnico dos jemeres (khmer) de origem muito antiga e descendentes da velha civilização do país, procedente da Índia, que pertence ao grupo étnico-lingüístico mon-jemer (mon-Khmer). Esta civilização adaptou-se às primeiras culturas que povoaram a região, os mong, os cham e os tais. Quase a metade da população tem idade inferior a 15 anos. Pouco mais de 20% vivem em áreas urbanas e, portanto, a grande maioria da população vive em pequenas vilas na zona rural. Os khmers correspondem a 85,2% do povo cambojano, porém há muitas minorias étnicas, como os grupos cham, mnong e paong. Além disso, há imigrantes vietnamitas, chineses e laosianos. A capital do país, Phnom Penh, possui cerca de um milhão de habitantes.

Como o país foi colônia francesa durante o século passado ainda hoje se encontra pessoas que falam francês, assim como chinês e vietnamita, além do único idioma oficial, o khmer.

 

Política

O sistema político do Camboja é uma monarquia constitucional, em vigor desde 1993, quando esta foi restaurada pela ONU, após décadas de regimes autoritários comunistas. O actual rei do Camboja é Norodom Sihamoni.

 

Símbolos nacionais

Bandeira

A bandeira nacional do Camboja foi adotada oficialmente em 23 de setembro de 1993, após o restabelecimento da monarquia no país. A bandeira possui três listras horizontais, tendo a central (de cor vermelha) o dobro da largura das outras duas faixas (de cor azul). No meio da faixa vermelha está representada a entrada do templo de Angkor Wat.

 

Brasão de armas

O brasão de armas do Camboja é o símbolo da monarquia cambojana. Têm existido, de alguma forma estreita, um retratamento desde o estabelecimento do Reino do Camboja, independente em 1953. É o símbolo que está patente no Estandarte Real do monarca reinante do Camboja, Norodom Sihamoni (ascendeu em 2004).

 

Hino nacional

"Nokoreach" ("O Reino") é o hino nacional do Camboja. Com letra de Chuon Nat, foi adoptado em 1941 e confirmado em 1947. Contudo foi só em 1976 que vigorou, quando o Khmer Vermelho se retirou.

 

Subdivisões

O Camboja está dividido em 20 províncias (Khet) e 4 municípios com status de província (Krong). As províncias estão subdivididas em distritos (srok), que estão, por sua vez, subdivididas em comunas (khum). Os municípios estão subdivididos em seções (khan), que estão, por sua vez, subdivididas em quarteirões (sangkat). As províncias do Camboja são as seguintes (os municípios estão indicados com um *):

 

Províncias do Camboja, numeradas.

1. Banteay Meanchey
2. Battambang
3. Kampong Cham
4. Kampong Chhnang
5. Kampong Speu
6. Kampong Thom
7. Kampot
8. Kandal
9. Koh Kong
10. Kep*
11. Kratié
12. Mondul Kiri

13. Oddar Meancheay
14. Pailin*
15. Phnom Penh*
16. Sihanoukville* (Kompong Som)
17. Preah Vihear
18. Pursat
19. Prey Veng
20. Ratanakiri
21. Siem Reap
22. Stung Treng
23. Svay Rieng
24. Takéo

 

Economia

O Camboja é um país predominantemente agrícola, com pouca industrialização, e baixa renda per capita. Seu principal produto agrícola e de quase todos os países do sudeste asiático é o arroz. O cultivo do arroz é praticado em vales fluviais de forma intensa, com elevada produtividade.

É a chamada agricultura de jardinagem, com intenso uso de mão-de-obra e aproveitamento do solo.

Outros produtos agrícolas importantes são: borracha, café, cana-de-açúcar, chá e pimenta-do-reino. Todos esse produtos são voltados principalmente para a exportação.

Entre 1980 e 1990, a economia do camboja cresceu 5% ao ano. Foram taxas anuais de crescimento da economia superiores a média mundial, baseadas em investimentos estrangeiros. Mas a partir da segunda metade de 1990, esses investimentos começaram a escassear (eles foram para outras partes do globo), e essas taxas diminuiram.

 

FILIPINAS

 

As Filipinas, oficialmente República das Filipinas, são um vasto arquipélago da Insulíndia delimitado pelo Mar das Filipinas a leste, Mar de Celebes e Mar de Sulu a sul e Mar da China Meridional a oeste. O Estreito de Luzon, a norte, separa as Filipinas de Taiwan, o Estreito de Balabac, a sudoeste, é uma das fronteiras marítimas com a Malásia, e há também fronteira marítima com a Indonésia, a sul. Também Palau se situa nas imediações, para sudeste. A sua capital é Manila. O nome oficial do país é República das Filipinas (Filipino: Repúbliká ng̃ Pilipinas). Ao contrário dos demais países da Ásia, as Filipinas são um país maioritariamente cristão.

 

História

Muitos historiadores acreditam que as Filipinas foram colonizadas no Paleolítico, quando um povo asiático atravessou por meio de embarcações de madeira o caminho que leva à região. Descobertas mais recentes parecem indicar que as ilhas podem ter sido habitadas desde a era pleistocênica.

A primeira grande corrente migratória chegou a essa região através do sul. Acredita-se que esses imigrantes eram de origem indonésio-caucasiana, possuindo um grau de civilização mais adiantado que as tribos nativas. Posteriormente ocorreram mais duas grandes correntes migratórias. Cada nova corrente sucessivamente impeliu os habitantes originais a procurarem terra ao norte.

A corrente migratória seguinte, cujo apogeu foi no século XIV, veio do reino madjapahit e trouxe consigo a religião muçulmana.

Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço do Rei de Espanha, descobriu as ilhas no século XVI, introduzindo-as ao cristianismo. Os espanhóis estabeleceram sua capital em Manila a partir de 1571, garantindo seu domínio por mais de trezentos anos.

O herói nacional das Filipinas, o linguista, escritor, artista, médico e cientista José Rizal iniciou um movimento de reforma. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta chamada Katipunan, chefiada por Andrés Bonifácio, começou a revolução, dando aos espanhóis a desculpa que precisavam executar Rizal, que se encontrava em exílio em Dapitan, Mindanao (sul do país). Ele foi trazido a Manila para julgamento e condenado à morte, embora não se tenha prova de sua participação na revolta.

Sua morte, porém, estimulou ainda mais essa revolução, levando o General Emílio Aguinaldo a declarar no dia 12 de Junho de 1898 a independência do país e proclamar a primeira República das Filipinas.

Naquele mesmo ano, os Estados Unidos adquiriram as Filipinas através do Tratado de Paris, levando o país a ser dominado por 48 anos. Após uma guerra por sua independência que durou cerca de três anos, houve outra pelo mesmo motivo que durou cerca de quatro anos.

Contudo, as Filipinas lutaram junto à bandeira americana contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. A heróica batalha em Bataan ajudou a impedir o avanço das tropas japonesas em direção à Austrália. Após um breve período como um protetorado americano, os Estados Unidos tentaram mudar em 1946 o dia da independência das Filipinas para 4 de julho, dia da independência das Estados Unidos. Os americanos quiseram que os filipinos acreditassem que os Estados Unidos já tinham dado a independência filipina, mas a história não mudou. As Filipinas já tinham mobilizado sua independência antes que os americanos chegassem ao país e assim os americanos apresentaram sua versão de independência com a força. Os filipinos atualmente celebram sua data da independência no dia 12 de junho.

As Filipinas tiveram suas primeiras eleições automatizadas no passado dia 10 de maio de 2010.

 

Geografia

O Monte Apo, a montanha mais alta das Filipinas.

As Filipinas são um arquipélago de 7107 ilhas com uma área terrestre total de cerca de 300 mil km², localizadas entre as longitudes 116° 40' e 126° 34' E e as latitudes 4° 40' e 21° 10' N, entre Taiwan, a norte, o Mar das Filipinas a leste, o Mar de Celebes, a sul e o Mar da China Meridional a oeste.

As ilhas costumam ser divididas em três grupos: Luzon, a norte, Visayas, no centro e Mindanao, no Sul.

O movimentado porto de Manila, em Luzon (a maior ilha), é a capital do país e a sua segunda maior cidade, depois de Cidade Quezon.

O clima é quente, húmido e tropical. A temperatura média anual ronda os 26,5 °C. Os filipinos costumam falar de três estações: o Tag-init ou Tag-araw (a estação quente, ou verão, que dura de Março a Maio), o Tag-ulan (a estação chuvosa entre Junho e Novembro) e o Tag-lamig (a estação fria, de Dezembro a Fevereiro).

A maior parte das acidentadas ilhas estava originalmente coberta por florestas húmidas. A origem das ilhas é vulcânica. O ponto mais elevado é o monte Apo em Mindanao, com 2954 m. Muitos dos vulcões do país, como o Pinatubo, estão activos. O país está também integrado na região de tufões do Pacífico ocidental e é atingido por uma média de 19 tufões por ano.

Grande parte das ilhas encontra-se numa placa tectónica encravada entre as placas Euroasiática e do Pacífico - a Placa das Filipinas.

 

Religião

As Filipinas são um dos dois países da Ásia de predominância cristã, sendo o outro Timor-Leste (ambos de maioria católica): mais de 90% da população é cristã. Cerca de 80% são fiéis da Igreja Católica Romana, enquanto os 10% restantes aderem a outras denominações cristãs, como a Igreja Filipina Independente, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Membros da Igreja de Deus International, Igreja Unida de Cristo e da Igreja Ortodoxa. A divisão eclesiástica do país compreende várias dioceses e arquidioceses.

Entre 5% a 10% da população são muçulmanos, a maioria dos quais vive em Mindanao, Palawan e do arquipélago de Sulu, uma área conhecida como Bangsamoro ou da região Moro. Alguns migraram para zonas urbanas e rurais em diferentes partes do país. A maioria dos muçulmanos filipinos pratica uma forma de islamismo sunita, enquanto outros grupos tribais, como o Bajau, praticam uma forma mista com animismo.

 

Política

Benigno Aquino III, atual presidente das Filipinas.

 

Símbolos nacionais

Bandeira

A bandeira nacional das Filipinas, é composta de três partes: um triângulo equilátero branco à esquerda com duas faixas horizontais, a azul simbolizando nobreza, e o vermelho simbolizando coragem. Os oito raios amarelos do sol filipino no centro do triângulo branco representam as oito províncias que primeiro se rebelaram contra o domínio espanhol, sugerindo assim o início de uma nova era. As três estrelas douradas nos cantos do triângulo indicam os três principais grupos de ilhas do país: Luzon, Visayas e Mindanao.

 

Brasão de armas

O brasão de armas das Filipinas é composto por um Sol com oito raios que representam as oito províncias (Batangas, Bulacan, Cavite, Manila, Laguna, Nueva Ecija, Pampanga e Tarlac), que foram colocados sob lei marcial pelo Governador-General Ramón Blanco durante a Revolução Filipina, e três das cinco estrelas representam as três regiões geográficas primárias de Luzon, Visayas e Mindanao. Em campo azul no lado esquerdo encontra-se a águia dos Estados Unidos, e no campo vermelho à direita, o Leão-Rampante de Espanha, ambos representando a história colonial. O design é muito semelhante ao desenho aprovado pela Commonwealth das Filipinas em 1940.

 

Hino nacional

Lupang Hinirang é o hino nacional das Filipinas. Começou por ser uma marcha instrumental encomendada pelo presidente filipino de então, Emilio Aguinaldo, a Julian Felipe, para ser usada na proclamação da independência do país a 12 de Junho de 1898. O título da marcha era inicialmente Marcha Filipina Magdalo. Mais tarde, aquando da sua adopção como marcha nacional, o título foi mudado para Marcha Nacional Filipina. E então, em Agosto de 1899, um jovem poeta-soldado chamado Jose Palma escreveu o poema Filipinas em espanhol. Esse poema passou a ser a letra do hino nacional.

 

Subdivisões

As províncias e regiões das Filipinas.

As Filipinas estão organizadas numa hierarquia de unidades de governo local, em que a província é a unidade primária. As províncias subdividem-se em cidades e municípios que, por sua vez, se compõem de "barangays", que são as menores unidades de governo. Em 2002, havia 79 províncias.

As províncias encontram-se agrupadas em 17 regiões administrativas, onde os diversos ministérios estabelecem escritórios regionais, mas não têm um governo local separado, com exceção da Região Autónoma Muçulmana de Mindanau (Autonomous Region in Muslim Mindanao ou ARMM) e Cordillera.

Por sua vez, várias regiões são juntas em grupos de ilhas:

  • Luzon (Regiões I a V + RCN + RAC)
  • Visayas (Regiões VI a VIII) e
  • Mindanao (Regiões IX a XIII + RAMM)

 

Economia

Filipinas faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.

É considerado um país em desenvolvimento. Seu PIB ocupa o 118º lugar entre 178 países. Uma das principais atividades econômicas é a industrialização de alimentos. Sua produção agrícola consiste principalmente de copra, milho, cânhamo, arroz, cana-de-açúcar e tabaco. Possuía também quantidades razoáveis de minérios de cromo, cobre, ouro, ferro, chumbo, manganês e prata.

A economia do país sofreu com a crise asiática de 1998. O crescimento anual caiu de 5% em 1997 para 0,6% no ano seguinte, porém recuperou-se em 1999 com 3%, passando para 4% em 2000 e mais de 6% em 2004. O governo prometeu prosseguir com reformas que auxiliassem na continuidade do ritmo de crescimento em relação aos demais países da Ásia. A elevada dívida pública (equivalente a 77% do PIB) mina os esforços de diversificação da economia.

 

INDONÉSIA

A Indonésia, oficialmente República da Indonésia (em indonésio: Republik Indonesia), é um grande país localizado entre o Sudeste Asiático e a Austrália, sendo composto pelo maior arquipélago do mundo, as Ilhas de Sonda, e ainda a metade ocidental da Nova Guiné, compreendendo cerca de 17 508 ilhas. Por ser um arquipélago, tem fronteiras terrestres com a Malásia, em Bornéu, com Timor-Leste, e com a Papua-Nova Guiné; e marítimas com as Filipinas, Malásia, Singapura, Palau, Austrália e com o estado indiano de Andaman e Nicobar. A localização entre dois continentes, a Ásia e a Oceania, faz da Indonésia uma nação transcontinental. A Indonésia é uma república, com poder legislativo e presidente eleitos por sufrágio universal, sendo sua capital a cidade de Jacarta. É um dos membros fundadores da ASEAN e membro do G-20. A economia indonésia é a décima oitava maior economia do mundo e 15.º maior em paridade de poder aquisitivo .

O arquipélago indonésio tem sido uma região de grande importância para o comércio desde os séculos VI e VII, quando Srivijaya começou a comerciar com a China e com a Índia. Depois de comerciantes assumirem o Islão, e durante a Era dos Descobrimentos, as potências europeias começaram a disputar o monopólio do comércio das especiarias nas ilhas Molucas. Apesar de sua grande população e regiões densamente povoadas, a Indonésia tem vastas áreas desabitadas que o tornam um dos países do mundo com mais biodiversidade.

Desde os primeiros séculos da era cristã, governantes locais gradativamente absorviam, modelos culturais, políticos e religiosos estrangeiros, e reinos hindus e budistas floresceram. A História da Indonésia tem sido influenciada por poderes estrangeiros atraídos por seus recursos naturais. Comerciantes muçulmanos trouxeram o Islão. As potências europeias trouxeram o cristianismo, e, além disso, lutaram entre si para monopolizar o comércio de especiarias nas ilhas Maluku durante a Era dos Descobrimentos. Depois de três séculos e meio de colonialismo holandês, a Indonésia garantiu sua independência após a Segunda Guerra Mundial. E a História da Indonésia desde então tem sido um período turbulento, com os desafios colocados pelas catástrofes naturais, a corrupção, o separatismo, um processo de democratização, e os períodos de rápida mudança económica. A nação atual da Indonésia é uma república presidencial unitarista composta por trinta e três províncias.

Com mais de 230 milhões de habitantes, é o quarto país mais populoso do mundo e o primeiro entre os países islâmicos. Através de suas numerosas ilhas, o povo indonésio está distribuído por distintos grupos étnicos, linguísticos e religiosos. O lema nacional Bhinneka Tunggal Ika ("Unidade na diversidade") articula a diversidade que há na nação. A Indonésia é um país rico em questão de recursos naturais, contrastando com sua população, que é, em maioria, de baixa renda.

 

Etimologia

O nome "Indonésia" deriva do latim indus e do grego nesus, que significa "ilha". O nome data do século XVIII, precedendo a formação de uma Indonésia independente. Em 1850, George Earl, etnólogo inglês, propôs os termos Indunesians, ou também Malayunesians, para se referir aos habitantes do "arquipélago indígena" ou "arquipélago malaio". Na mesma publicação, um dos estudantes de Earls, James Richardson Logan, utiliza a palavra "Indonésia" como sinônimo de "arquipélago indígena". Entretanto, os acadêmicos neerlandeses que escreveram publicações nas Índias Orientais negavam a usar o vocábulo Indonésia, usando em seu lugar termos como Maleische Archipel ("Arquipélago Malaio"); Nederlandsch Oost Indië (Índias Orientais Neerlandesas); de Oost (o leste); e inclusive Insulinde.

A partir de 1900 o uso do termo Indonésia se tornou mais comum em círculos acadêmicos fora dos Países Baixos, e grupos nacionalistas indonésios adotaram o termo para expansão política. Adolf Bastian, da Universidade de Berlim, popularizou o nome no seu livro Indonesien oder die Islas des Malayischen Archipels, 1884–1894. O primeiro erudito indonésio a utilizar o nome foi Suwardi Suryaningrat (Ki Hajar Dewantara), quando em 1913 estabeleceu uma imprensa nos Países Baixos com o nome Indonesisch Pers-mesa.

 

História

Pré-História e período Pré-Colonial

Restos fossilizados de Homo erectus, popularmente conhecido como Homem de Java, sugerem que a Indonésia tenha sido habitada de 2 000 000 a 500 000 anos atrás, aproximadamente. O Homo-sapiens chegou à região, provavelmente, há 45 000 anos.[ Os austronésios, que constituem a maioria da população moderna do país, emigraram ao sudeste asiático a partir da ilha de Formosa. Por volta do ano 2000 a.C., chegaram à Indonésia e expandiram seus territórios para as ilhas melanésias do oriente. Nos princípios do século VIII a.C., as condições agrícolas ideais e o aperfeiçoamento das técnicas do cultivo do arroz permitiram o surgimento de pequenas aldeias e reinos. A posição estratégica da Indonésia estimulou o comércio entre as ilhas e com o continente. Por exemplo, as relações com os reinos da China e da Índia se estabeleceram há vários séculos antes de Cristo, o que demonstra que o comércio sempre fez parte da história da Indonésia.

Entre os séculos VII e XIV, formaram-se, nas ilhas de Samatra e Java, vários reinos hindus e budistas. Dois grandes reinos que surgiram nessa época foram o Srivijaya e Majapahit. Do século VII até o século XIV, o reino budista de Srivijaya, em Samatra, cresceu rapidamente. Em seu auge, o Srivijaya controlava desde o oeste de Java até a península malaia. No século XIV, também surgiu o reino hindu de Java Oriental, Majapahit, que conseguiu obter poder sobre o território que é a maior parte da Indonésia atual e sobre quase toda a Península Malaia.

Com a chegada de comerciantes árabes de Gujarate (Índia) no século XII, o Islão tornou-se a religião dominante na maior parte do arquipélago, iniciando ao norte de Samatra. Outras áreas da Indonésia gradualmente adotaram o islamismo, o que o tornou a religião dominante em Java e Samatra no final do século XVI. O islamismo se misturou a influências culturais e religiosas da região, que moldaram a forma predominante do islamismo na Indonésia, particularmente em Java. Sultanatos islâmicos como o de Mataram e de Banten se instalaram na região.

 

Período colonial

Quando os europeus ali chegaram em princípios do século XVI (em 1511, Francisco Serrão juntamente com António de Abreu chegaram às ilhas Molucas), começaram a dominar os reinos que ali existiam, na sua vontade de monopolizar o comércio das especiarias.

A história da colonização neerlandesa da Indonésia começou com a expedição de Cornelis de Houtman. No século XVII, os neerlandeses, através da companhia Holandesa das Índias Orientais, estabeleceram na região a sua colónia das "Índias Orientais Neerlandesas" (sem, no entanto, conseguirem ocupar a colónia portuguesa de Timor). Durante a maior parte do período colonial, o controle neerlandês sobre o arquipélago ficou restrito às zonas costeiras, em uma ocupação que durou até o século XX. As tropas neerlandesas estavam constantemente envolvidas em sufocar rebeliões. A influência de líderes locais, tais como o príncipe Diponegoro no centro de Java, Bonjol Imam em Samatra central e Pattimura nas Molucas e uma sangrenta guerra em Aceh, que durou trinta anos, debilitaram e reduziram as forças militares neerlandesas.

 

Revolução Nacional da Indonésia

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Países Baixos, que haviam sido ocupados pela Alemanha Nazista, perderam a sua colónia para os japoneses.[36] Com o fim da guerra, Sukarno, que tinha cooperado com os japoneses, declarou a independência da Indonésia, mas os aliados apoiaram o exército neerlandês a tentar recuperar a sua colónia. A guerra pela independência, denominada revolução Nacional da Indonésia, durou mais de quatro anos e envolveu um esporádico, mas sangrento conflito armado interno, levantes políticos e duas grandes intervenções diplomáticas internacionais.

As forças neerlandesas não conseguiram prevalecer aos indonésios, sendo expulsos após muita resistência. Embora as forças neerlandesas controlassem as vilas e cidades em redutos republicanos em Java e Samatra, não controlavam as aldeias e o campo. Assim, a república da Indonésia acabou por prevalecer, tanto através da diplomacia internacional, como através da determinação da Indonésia em conflitos armados em Java e em outras ilhas. A revolução terminou em dezembro de 1949, quando, após pressões internacionais, os Países Baixos reconheceram formalmente a independência da Indonésia.

 

Pós-independência

Entre os anos de 1963 e 1965, o partido Comunista da Indonésia, que mantinha relações secretas com a China comunista de Mao Tsé Tung, elaborou um plano para fortalecer o governo pró-Pequim de Sukarno. A ideia era decapitar o alto comando anticomunista do exército para manter mais da metade do Exército, dois terços da Aeronáutica e um terço da Marinha alinhados ao partido Comunista da Indonésia. Em 30 de setembro de 1965, o plano foi colocado em prática e o chefe do Exército e outros cinco generais foram presos e executados. Contudo esse plano fracassou, pois Suharto, um general até então de pouca expressão, estava informado sobre esse plano, esperou a prisão e execução dos generais para rapidamente tomar o poder. O golpe de Estado do general Suharto, apoiado pelos Estados Unidos e seus aliados, derrubou o governo do líder populista Sukarno em 1965, sob o pretexto de deter o avanço comunista. Foi um banho de sangue que vitimou mail de 500 mil de indonésios supostamente comunistas. De caráter agressivo, militarista e essencialmente corrupto, a ditadura de Suharto promoveu a repressão e a opressão da população. Reforçou, também, a centralização política e o expansionismo. Assim, poderiam impedir a diversidade existente no país e reforçar as tensões autônomas opositoras à constituição de uma "Grande Indonésia". Com isso, houve conflitos autônomos nas ilhas Molucas, em Samatra, na Nova Guiné, em Celebes e Bornéu e fronteiriços com a Malásia e Papua-Nova Guiné.

Suharto foi reeleito cinco vezes e governou o país com a ajuda dos militares mas, com a crise económica asiática de 1997, o país voltou à rebelião e o presidente foi obrigado a renunciar e entregou o poder ao seu Vice-Presidente, B. J. Habibie. No entanto, as eleições de 1999 foram perdidas por Habibie para Megawati Sukarnoputri, filha de Sukarno, que não chegou a ser empossada, tendo sido substituída pelo seu partido político por Abdurrahman Wahid. A crise de Timor-Leste virou as cartas e Megawati voltou à presidência em 2001. Em 2004, nas primeiras eleições directas, foi eleito o actual presidente, Susilo Bambang Yudhoyono.

 

Geografia

A Indonésia possui 17 508 ilhas das quais cerca de 6000 são habitadas. As principais são Java, Samatra, Bornéu (compartilhada com a Malásia e Brunei), Nova Guiné (compartilhada com a Papua-Nova Guiné) e Celebes. A Indonésia tem fronteiras terrestres apenas com a Malásia (na ilha de Bornéu), Papua-Nova Guiné (na Nova Guiné) e Timor-Leste, na ilha de Timor. Além disso, apenas alguns estreitos separam a Indonésia de Singapura, Filipinas e Austrália. A capital, Jacarta, está localizada na ilha de Java e é a maior cidade do país, seguida de Bandung, Surabaya, Medan e Semarang.

Com 1 904 569 km²,a Indonésia é o décimo sexto país mais extenso do mundo, em termos de superfície. Sua densidade populacional é de 134 hab./km2, a 88ª mais alta do mundo, enquanto Java, a ilha mais povoada do mundo tem uma densidade populacional de 940 hab./km2. Com 4884 m de altitude, o Puncak Jaya, em Papua, é o ponto mais elevado da Indonésia, enquanto o lago Toba em Samatra é o lago mais extenso do país, com uma área de 1145 km2. Os maiores rios do país estão em Kalimantan, dos quais se utilizam como via de comunicação e transporte entre os habitantes da ilha.

Situando-se entre as placas tectônicas do Pacífico, Euro-Asiática e Indo-australiana, a Indonésia é um país com muitos vulcões e com frequentes sismos, com pelo menos 150 vulcões ativos, incluindo o Krakatoa e o Tambora, famosos por suas erupções devastadoras no século XIX. Entre os desastres causados pela atividade sísmica recente, se encontram o Sismo do Oceano Índico de 2004, que matou cerca de 170 000 pessoas no norte de Samatra[55] e o Sismo de Java de maio de 2006. No entanto, a cinza vulcânica é um dos principais fatores que contribuem para a alta fertilidade do solo que tem mantido a densidade populacional de Java e Bali.

Por se encontrar nas proximidades da Linha do Equador, a Indonésia tem um clima tropical, com diferentes temporadas de monções, de chuvas e de seca. A precipitação média anual varia de 1780 mm nas planícies até 6100 mm nas regiões montanhosas. Geralmente, a umidade é alta, com média de cerca de 80%. As temperaturas variam pouco ao longo do ano, em Jacarta, as médias são de 26 a 30 °C.

 

Meio ambiente

O fato de estar localizada nas regiões tropicais, o clima e a geografia do arquipélago fazem da Indonésia o segundo país do mundo em biodiversidade (atrás apenas do Brasil). Sua flora e fauna é como uma mistura entre espécies da Ásia e Australásia. Uma vez relacionadas para o continente asiático, as ilhas de Samatra, Java, Bornéu e Bali, têm uma variedade de fauna asiática. Espécies como o tigre, elefante, rinoceronte, orangotango e leopardo já foram abundantes, principalmente na região leste de Bali, mas o número de indivíduos e sua distribuição foram reduzidos drasticamente nos últimos anos. As florestas cobrem cerca de 60% do país. Em Samatra e Kalimantan as espécies vegetais são predominantementes da Ásia. No entanto, as florestas da ilha de Java tem sido destruídas em grande parte devido à atividade humana.

A grande população e a rápida industrialização têm trazido problemas ambientais graves para país, que muitas vezes têm uma prioridade mais baixa devido aos altos níveis de pobreza. Entre os principais problemas ambientais encontram-se o desmatamento em grande escala, poluição, gestão de resíduos, a disponibilidade de água e gestão de águas residuais. A destruição do habitat ameaça a sobrevivência de várias espécies endémicas naturais e indígenas, incluindo 140 espécies de mamíferos identificadas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como espécies ameaçadas, que identificou quinze espécies como espécies ameaçadas de extinção, entre os quais o orangotango-de-samatra.

 

Demografia

Segundo o censo nacional de 2000, a população indonésia ascende a mais de 206 milhões de habitantes, e para mediados da década de 2000, a Oficina de Estatísticas Centrais da Indonésia e Estatísticas da Indonésia, estimavam uma população de 222 milhões. Para o ano de 2009, a população do país chegou a 229,5 milhões. É o quarto país mais populoso do mundo, superado apenas por República Popular da China, Índia e Estados Unidos. Mais de 130 milhões de indonésios vivem na ilha de Java, a ilha mais povoada do mundo. Apesar de um programa bastante eficaz de planejamento familiar que se há implementado em 1990, estima-se que a população chegue a 288 milhões de habitantes em 2050, baseada na atual taxa de crescimento anual, em 1,25%.

A maioria dos indonésios são descendentes de povos faladores de línguas austronésias, cujos idiomas provêm do protoaustronésio, o que indica que a sua origem é provável de Taiwan. Os melanésios são o grupo de população mais importante do país, que habitam a parte central da Indonésia. No país coexistem mais de 300 etnias nativas, com mais de 700 idiomas e dialetos. A maior etnia é a javanesa, que representa mais de 42% da população e são o grupo dominante do ponto de vista político e cultural. Os sundaneses (malaios nativos) e os madureses são as etnias mais numerosas depois dos javaneses. Os indonésios têm um nacionalismo que ao mesmo tempo lida com a forte identidade regional de cada povo. Geralmente, a comunidade vive em um ambiente harmônico, ainda que tensões entre sociais e religiosos tenham desencadeado ondas de violência. Os indonésios-chineses são uma minoria étnica influente que compreende menos de 1% da população. Grande parte da propriedade privada e da riqueza comercial do país é controlada por chineses, o que tem contribuído para o aumento de um ressentimento e inclusive atos de violência contra eles.

 

Política

A Indonésia é uma república presidencialista. Como se trata de um estado unitário, o poder se concentra no governo central. O Presidente, que é chefe de estado e do governo, é eleito diretamente para mandatos de 5 anos, junto com o vice-presidente. Após a renúncia de Suharto em 1998, as estruturas políticas e governamentais sofreram importantes reformas. Realizaram-se quatro emendas a Constituição de 1945, que renovaram os poderes executivo, legislativo e judiciário. O presidente é o Chefe de Estado e o comandante das forças armadas e o diretor da administração interna, da criação de políticas e das relações exteriores. Além disso, é o presidente que nomeia o conselho de ministros, que não são obrigados a ser membros eleitos do poder legislativo. As eleições presidenciais de 2004 foram as primeiras em que o povo elegeu diretamente o presidente e o vice-residente, por sufrágio universal. O presidente é eleito por cinco anos e só pode se reeleger por uma única vez.

O principal corpo legislativo do país é o Majelis Permusyawaratan Rakyat (MPR) ou "Assembleia Consultiva Popular", que consiste do Dewan Perwakilan Rakyat (DPR) ou Conselho Representativo do Povo, eleito para mandatos de 5 anos, e do Dewan Perwakilan Daerah (DPD) ou Conselho dos Representantes Regionais. Depois das eleições de 2004, o MPR tornar-se-ia um parlamento bicameral com a criação do DPD como nova segunda câmara. As principais funções do MPR são revisar e aprovar emendas para a constituição, fazer o juramento do presidente e também processar o mesmo presidente, de acordo com a legislação. O DPD é uma câmara relativamente nova onde se atendem os assuntos de cunho regional. O DPD compreende quatro membros eleitos por cada província, os quais não pertencem a nenhum partido político.

Em contraste com a política anti-imperialista contra as potências ocidentais e as tensões com a Malásia durante o regime de Sukarno, as relações internacionais da Indonésia desde a chamada "nova ordem" se baseiam na cooperação política e económica com as nações ocidentais. O país mantém estreitas relações com seus vizinhos no sudeste asiático e é um membro fundador da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ANSA).

 

Símbolos nacionais

Bandeira

A bandeira nacional da Indonésia é chamada "Sang Sake Merah Putih". Conforme o artigo 35 da Constituição de 1945, a bandeira é composta por duas faixas de dimensões iguais, a superior é de cor vermelha e a inferior é branca.

 

Brasão de armas

O Garuda Pancasila é o Brasão de Armas da Indonésia. A parte principal é o Garuda, uma espécie de águia dourada com um escudo no peito e um rolo dominado pelos pés que traz o lema do país. Garuda é uma figura mitológica, um grande pássaro mítico que aparece em ambas as mitologias, do hinduísmo e budismo.

 

Hino nacional

Indonesia Raya é o nome oficial do hino nacional da Indonésia. O hino foi apresentado pelo compositor Wage Rudolf Soepratman no dia 28 de outubro de 1928, na convenção nacional dos jovens em Batavia, atual Jacarta. Esse hino marca ainda o nascimento de um movimento nacionalista na Indonésia. Foi escolhido como hino nacional quando foi proclamada a independência da Indonésia em 1945.

 

Subdivisões

Do ponto de vista administrativo, a Indonésia está dividida em 33 províncias (entre as quais, 3 são territórios de regime especial, Aceh e Yogyakarta, e o território da cidade capital, Jacarta). As principais províncias, subdivididas em distritos, são: Samatra, Papua (Irian Jaya), Riau, Riau Kepulauan, Sulawesi (a sudoeste), Kalimantan (ao sul), Celebes (ao sul), Irian Jaya (a oeste), Java (a oeste), Kalimantan (a oeste), Nusa Tenggara (a oeste), Sulawesi (a oeste) e Samatra (a oeste). As províncias de Aceh , Jacarta , Yogyakarta , Papua e Papua Ocidental têm mais privilégios legislativos e um maior grau de autonomia do governo central. O governo de Aceh, por exemplo, tem o direito de estabelecer um sistema judicial independente (em 2003, instituiu a exigência obrigatória de Sharia). Se concedeu a província de Yogyakarta a condição de região semi autônoma em reconhecimento de seu papel fundamental na luta dos republicanos durante a guerra de independência indonésia. À Papua, anteriormente Irian Jaya, se concedeu o estatuto de região semi autônoma em 2001, enquanto que Jacarta se tornou uma região "especial" por ser a capital do país.

 

 

Economia

A Indonésia é a maior economia do Sudeste Asiático e também é membro do G-20. O Produto Interno Bruto se estima em 444 bilhões de dólares. e em 2008, o PIB nominal per capita era de 1.950 dólares. O principal setor econômico é o de serviços, representando 45,3% do PIB. É seguido pela indústria (40,7%) e a agricultura (14%). No entanto, a agricultura emprega mais pessoas do que os outros setores, ocupando 44,3% dos 95 milhões de trabalhadores no país. O setor de serviços emprega 36,9% e a indústria emprega 18,8%. As principais indústrias são a petrolífera e de gás natural, além da indústria têxtil, de papel e de minerais, enquanto que os principais produtos agrícolas são arroz, milho, mandioca, batata-doce, tabaco, chá, café, especiarias e borracha.

Em 2005, os principais mercados de exportação da Indonésia eram o Japão (22,3%), Estados Unidos (13,9%), China (9,1%) e Singapura (8,9%) enquanto que a maioria das importações vinham do Japão (18%), China (16,1%) e Singapura (12,8%). No mesmo ano, a Indonésia alcançou o superávit comercial com mais de 83 bilhões de dólares vindos de exportação e mais de 62 bilhões gastos com importação. O país possui uma ampla variedade de recursos naturais, incluindo o petróleo, o gás natural, estanho, cobre e ouro. As principais importações indonésias incluem máquinas e equipamentos, produtos químicos, combustíveis e alimentos.

Em 2008, a Indonésia suspendeu a adesão à OPEP, a qual era membro de pleno direito desde 1962.

 

Cultura

A Indonésia tem por volta de 783 grupos étnicos, cada qual com suas diferenças culturais desenvolvidas durante séculos e influenciadas por índianos, árabes, chineses, malaios e europeus. As danças tradicionais javanesas e balinesas, por exemplo, contém aspectos da cultura e mitologia hindu. As influências mais dominantes na arquitetura indonésia são tradicionalmente indianas, ainda que existam influências arquitetónicas de outros povos.

O desporto na Indonésia é, em geral, de orientação masculina, enquanto eventos esportivos são frequentemente associados com jogos ilegais. Os esportes mais populares são badminton e futebol. Os eventos desportivos na Indonésia são organizados pela Comissão Nacional Esportiva Indonésia (KONI), como os Jogos Nacionais, realizados a cada quatro anos.

A gastronomia varia de região para região, e é muito influenciada pela cozinha chinesa, europeia e indiana. O principal alimento é o arroz, geralmente servido com carne e legumes. As especiarias, leite de coco, peixe e frango também são alimentos bastante usados.

A evidência mais antiga de escrita na Indonésia é uma série de inscrições em sânscrito, datada de cerca do século V d.C. As figuras mais importantes na literatura moderna da Indonésia incluem os autores holandeses Multatuli, que criticou o abuso sofrido pelos indonésios sob o domínio colonial holandês, Muhammad Yamin e Hamka, que eram os escritores nacionalistas mais influentes do país antes da independência, e Pramoedya Ananta Toer, o escritor mais conhecido da Indonésia.

 

Religião

Diferentes religiões são praticadas no país, e sua influência na vida cultural, econômica e política do país é significativa. Com base no censo de 2000, aproximadamente 86,1% da população segue o Islão (constituídos por xiitas e sunitas), 8,7% da população é cristã (dentre os quais 3% são católicos), além disso, 3,4% é budista e 1,8% da população segue o Hinduísmo, além de outras religiões não especificadas.

 

LAOS

 

O Laos é um país asiático, localizado na Indochina e limitado a norte pela China, a leste pelo Vietname, a sul pelo Camboja, a sul e oeste pela Tailândia e a oeste por Myanmar.

 

História

A região que hoje é o Laos foi dominada pelo rei Nanzhao até o século XIV, sucedido pelo rei Lan Xang. A dinastia de Lan Xang foi ao declínio no século XVIII quando a Tailândia assumiu o controle da área setentrional do reino. No século XIX, a França que já dominava o Vietnã, assume também o protectorado do Laos, formando assim a Indochina em 1893. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu o Laos. Com o fim da guerra, em 1945, o Laos proclama o fim do protectorado, sob a liderança do rei Sisavang Vong. No entanto, a França apenas em 1949 aceita alteração ao estatuto do país: primeiro torna-se estado associado da República Francesa e em 1954, reino independente.

A instabilidade política na região causada pela Guerra Fria causa uma guerra civil e diversos golpes de estado. Em 2 de dezembro de 1975 é proclamada a República e instalado o governo comunista Pathet Lao apoiado pelo Vietnã e pela União Soviética destronando o governo do rei Savang, apoiado pela França e pela sociedade Estados Unidos.

 

Geografia

O Laos é uma nação sem saída para o mar , localizada no sudeste asiático. Basicamente é formado ao oeste pela planície florestal do mais importante rio do país, o Mekong, e os planaltos escarpados da região central, onde localiza-se o ponto mais elevado no monte Phou Bia (2.817 metros), e em toda fronteira leste com o Vietname.

Cobre 236.800 km², fazendo fronteira com Mianmar, Camboja, República Popular da China, Tailândia e Vietname.

A migração e conflitos internacionais contribuíram à composição étnica atual do país e à distribuição geográfica de seus grupos étnicos.

 

Demografia

  • População: 6.677.534 hab. (2008)
  • Densidade demográfica: 28 hab/km²
  • Idade média da população: 19,2
  • Crescimento demográfico: 2,34%
  • Expectativa média de vida: 56,29
  • Idioma(s) Oficial (ais): laociano/francês/inglês
  • Etnia(s): Lao Loum, 68% - Lao Theung, 22 % - Lao Soung, 9 %
  • Religião(ões): Budismo, 65% - Animista, 32,9 % - Catolicismo e outros, 2,1 %

 

Política

A política do Laos pode ser descrita como um regime comunista clássico, com partido único.

 

Subdivisões

O Laos está dividido em 16 províncias (em Lao, khoueng), 1 região ou zona especial (*) (, khetphiset) e um municipalidade ou prefeitura (**) (kampheng nakhon)

  1. Attapeu
  2. Bokeo
  3. Borikhamxai
  4. Champassak
  5. Houaphanh
  6. Khammouane
  7. Luang Namtha
  8. Luang Prabang
  9. Oudomxai
  10. Phongsali
  11. Saravane
  12. Savannakhet
  13. Vientiane (prefeitura) (**)
  14. Vientiane (província)
  15. Sayaburi
  16. Saysomboun (*)
  17. Sekong
  18. Xieng Khouang

 

 

Províncias do Laos.

As províncias são subdivididas em distritos (muang ou muong) e aldeias (baan).

 

Economia

O Laos é um dos poucos países socialistas do mundo. O país ainda depende enormemente de sua agricultura e possui uma infraestrutura bastante deficiente. O país não possui ferrovias. As principais rodovias do país conectam os maiores centros urbanos, porém a maioria das pequenas vilas somente se ligam a estas rodovias por pequenas estradas de terra, nem sempre transitáveis o ano inteiro. As telecomunicações internas e com o exterior também são limitadas e, nota-se que sua economia é majoritariamente agrária e que a plantação do arroz é a principal atividade comercial do Laos Socialista.

 

Cultura

O Budismo contribuiu significativamente para a cultura do Laos. Ele se reflete por todo país não apenas na religiosidade, mas também nas artes, literatura, teatro, etc. A música laociana é dominada pelo khaen, flauta de bambu que é instrumento nacional.

O país tem dois Patrimônios Culturais da Humanidade, de acordo com a UNESCO: Luang Prabang e Wat Phou. O governo pleiteia o mesmo título para a região da Planície de Jarros.

 

MALÁSIA

 

 

A Malásia (em inglês e malaio: Malaysia) é um país do Sudeste Asiático que compreende dois territórios distintos: a parte sul da península Malaia e ilhas adjacentes, e uma seção do norte da ilha de Bornéu. A península da Malásia confina a norte com a Tailândia, a leste com o mar da China Meridional, e a sul e a oeste com o estreito de Malaca, fazendo fronteiras marítimas com a Indonésia, a leste, sul e oeste, e com Singapura a sul. A Malásia Insular limita a oeste e a norte com o mar da China Meridional, a norte com o Brunei, a leste com o mar de Sulu e a sul com a Indonésia, fazendo fronteira marítima com as Filipinas a norte e a leste. A capital do país é Kuala Lumpur.

 

História

Desde 1824 foi uma colônia do Reino Unido, e, entre 1942 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, foi ocupada pelo Japão. Em 1948 os britânicos formaram a Federação Malaia, que conseguiu a sua independência em 1957. A Malásia foi formada em 1963 quando as colônias britânicas de Sabah, Sarawak e Singapura entraram para a federação. Os primeiros anos do país foram marcados por esforços da Indonésia controlar a Malásia, reivindicações de Sabah pelas Filipinas e pela secessão de Singapura da federação em 1965. Nove dos 13 estados da Malásia têm um sultão ou um chefe de Estado hereditário; os restantes quatro têm governadores nomeados pelo rei. Em 1969 os conflitos raciais entre chineses e malaios levaram a tumultos e os partidos malaios perderam votos nas eleições que se seguiram. Continuam a existir restrições às liberdades individuais como a proibição de discussão em público. Apesar das consideráveis diferenças étnicas, a Malásia tem progredido com a criação da unidade nacional.

 

Geografia

A Malásia é um país localizado no sudeste asiático e é dividido basicamente em 2 grandes porções de terra, separadas pelo Mar do Sul da China. Uma é continental, limitada, ao norte, pela Tailândia e a sul por Singapura e a outra é insular, basicamente na ilha de Bornéu, toda limitada pela Indonésia, de oeste a leste.

O clima da Malásia é quente e úmido e caracterizado, como muitos países do sudeste asiático, por monções, ventos tropicais que se alternam durante as estações do ano. O relevo malaio é formado de planícies e regiões montanhosas. Dois dos picos mais altos do sudeste asiático estão localizados na Malásia. Magníficas cavernas e cachoeiras podem ser encontradas nas suas montanhas. A rede hidrográfica não é muito densa, não possuindo, assim, nenhum rio de grande importância.

Aproximadamente 4/5 da vegetação do país é caracterizado por florestas tropicais. A Malásia apresenta um dos ecossistemas mais complexos e ricos do mundo: são 15,000 espécies de plantas e árvores, 600 espécies da pássaros e 210 espécies de mamíferos. O governo investiu uma grande quantia para impedir a devastação das florestas do país.

 

Demografia

A Malásia é uma sociedade multicultural, com malaios, chineses e indianos a compartilhar o país. Os malaios são a maior comunidade, atingindo 60% da população. Falam malaio (Bahasa Melayu) e são em grande parte responsáveis pela orientação política do país. Os chineses formam cerca de um quarto da população. Falam os dialetos hokkien/fukien, cantonês, hakka e teochew e têm uma história de domínio dos negócios do país. Os indianos formam cerca de 10% da população. São na maioria tamiles e telagus hindus do sul da Índia, falando tamil, telugu, malayalam e algum hindi, e vivem principalmente nas grandes cidades da costa ocidental da península. Também existe uma comunidade sikh de razoável tamanho. O resto da população é composta por eurasiáticos, cambojanos, vietnamitas e tribos indígenas. A maioria dos eurasiáticos é cristã. Os eurasiáticos, de ascendência mestiça, portuguesa e malaia, falam um crioulo de base portuguesa chamado Papia Kristang. Outros eurasiáticos, de ascendência mestiça, malaia e espanhola, descendentes de emigrantes vindos das Filipinas, que vivem principalmente em Sabah, falam o único crioulo de base castelhana asiático, o Chavacano. Os cambojanos e os vietnamitas são principalmente budistas (os cambojanos da escola Theravada e os vietnamitas da escola Mahayana). O malaio é a língua oficial do país, mas o inglês é muito falado.

A maior tribo indígena em número são os Iban de Sarawak, cujo número sobe a mais de 600 000. Os Iban que ainda vivem em aldeias tradicionais na selva vivem em casas longas ao longo dos rios Rajang e Lupar e dos seus afluentes. Os Bidayuh (170 000) estão concentrados na parte sudoeste de Sarawak. A maior tribo indígena de Sabah é a dos Kadazan. São principalmente agricultores de subsistência cristãos. Os Orang Asli (140 000), ou povos aborígenes, incluem várias comunidades étnicas diferentes que vivem na Malásia Peninsular. Tradicionalmente caçadores-recoletores e agricultores nómadas, muitos foram sedentarizados e parcialmente absorvidos pela Malásia moderna. Apesar disso, continuam a ser o grupo mais pobre do país.

O Islã é a maior religião da Malásia, com 60.4% dos malaios praticando o islã. Esta também é a religião oficial do estado. Todos os malaios na Malásia são reconhecidos oficialmente como muçulmanos (a constituição da Malásia força todos os malaios a deixarem de serem oficialmente reconhecidos como malaios caso eles se convertam a outra religião). Apesar do Islã ser a religião oficial do estado, a constituição garante liberdade religiosa.

Outras religiões na Malásia incluem: budismo (19.2%, praticado principalmente por chineses), cristianismo (9.1%), hinduísmo (6.3%) e confucionismo, taoísmo ou outras religiões chinesas (2.6%). O restante pratica outras religiões ou nenhuma religião.

 

 

Subdivisões

A Malásia é um território federal dividido em treze estados e três territórios federais, separados em duas regiões distintas, a Malásia Peninsular e a Malásia Oriental, ao norte da ilha de Bornéu.

Singapura já fora um estado da Malásia, de sua fundação, em 16 de Setembro de 1963 até 9 de Agosto de 1965, data da separação destas, fazendo com que Singapura se tornasse um país.

 

Economia

É o maior produtor mundial de borracha, óleo de palma e estanho. Toda esta produção resultou da união da Malásia Ocidental (agora peninsular) com a Malásia Oriental (Saba e Sarawak, na ilha de Bornéu). O sucesso econômico desde a sua independência deve-se ao desenvolvimento dos seus recursos naturais. Grande parte do interior era inacessível e ocupado por agricultores que praticavam uma agricultura itinerante através de queimadas. Saba e Sarawak exportam madeira. As terras para cultivo representam 14,9% do total do solo. No setor indústrial, merecem referência as produções de cimento, aparelhos eletrónicos e pneus. Os principais parceiros comerciais da Malásia são: Japão, EUA, Singapura e Alemanha.

 

MYANMAR

 

Myanmar ou Birmânia, oficialmente República da União de Myanmar, é um país do sul da Ásia continental limitado ao norte e nordeste pela China, a leste pelo Laos, a sudeste pela Tailândia, ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco, a oeste pelo Golfo de Bengala e a noroeste por Bangladesh e pela Índia. Em 2006, a capital do país foi transferida de Rangum para Naypyidaw.

Myanmar tornou-se independente do Reino Unido em 4 de janeiro de 1948, com o nome oficial de União da Birmânia, designação que voltou a adotar após um período como "República Socialista da União da Birmânia" (4 de janeiro de 1974 a 23 de setembro de 1988). Em 18 de junho de 1989, o regime militar birmanês anunciou que o nome oficial do país passaria a ser União de Myanmar. A nova designação foi reconhecida pelas Nações Unidas e pela União Europeia, mas não pelos governos dos EUA e Reino Unido. Conforme a Constituição de 2009, o nome do país mudou para “República da União de Myanmar”, medida implementada em 21 de outubro de 2010.

A diversa população birmanesa teve papel fundamental para definir a política, história e demografia do país nos tempos modernos. Seu sistema político é hoje mantido sob controle estrito do Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento — o governo militar chefiado, desde 1992, pelo General Than Shwe. As forças armadas birmanesas controlam o governo desde que o General Ne Win desfechou um golpe de Estado em 1962 para derrubar o governo civil de U Nu. Integrante do Império Britânico até 1948, Myanmar continua a enfrentar tensões étnicas. A cultura do país baseia-se no budismo teravada influenciado por elementos locais.

 

Etimologia

Os nomes "Myanmar" e "Birmânia" possuem a mesma origem etimológica[5]. O termo português "Birmânia" vem do nome local Bam-mā, por intermédio do francês Birmanie, este uma adaptação das formas antigas inglesas Birman, Birma. Bam-mā, por sua vez, é uma das formas pelas quais a população local se refere ao país, juntamente com o nome vernáculo Maran-mā ou Mranmâ.

O termo em língua birmanesa ´mijanmaːɐ (originalmente transliterado em português como Maran-mā ou Mranmâ) é a forma literária, escrita, para o país, enquanto que Bam-mā é a forma coloquial, oral. Ambas são empregadas pela população do país e, no birmanês oral, a distinção entre as duas é menos clara do que sugere a transliteração.

Em 1989, a junta militar alterou oficialmente a versão em inglês do nome do país (de Burma para Myanmar) e de diversas cidades, como Rangum (de Rangoon para Yangon). O nome oficial em língua birmanesa (´mijanmaːɐ) não foi alterado.

A renomeação é politicamente controversa, pois grupos birmaneses de oposição ao regime militar continuam a empregar o termo "Birmânia", já que não reconhecem a legitimidade do atual governo nem a sua autoridade para alterar o nome do país. Alguns governos ocidentais, como os de EUA, Austrália, Canadá, Irlanda e Reino Unido, continuam a usar a forma inglesa Burma (correspondente ao português "Birmânia"). A União Europeia emprega a grafia "Mianmar" em português, enquanto que as Nações Unidas empregam a forma Myanmar.

Alguns órgãos da imprensa de língua inglesa empregam a forma Burma ("Birmânia"), como a BBC e o Financial Times, enquanto que outros usam a alternativa Myanmar, como MSNBC, a Economist e o Wall Street Journal.

Em português, o jornal o Estado de São Paulo emprega a forma "Mianmar" (que substituiu, em 4 de outubro de 2007, a alternativa Mianmá), prática hoje adotada pelos jornais Folha de São Paulo e O Globo, dentre outros. O Dicionário Aurélio preconiza apenas a grafia "Mianmar", enquanto que o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras admite as alternativas "Mianmar" e "Mianmá". O Dicionário Houaiss reconhece diferentes grafias, mas registra a forma "Myanmar" com mais frequência. O governo brasileiro oscila entre o emprego das formas "Mianmar" e "Myanmar", embora mais recentemente pareça preferir a primeira grafia.  Ademais, algumas fontes em português usam a forma "Miamar".

Os gentílicos tradicionalmente associados ao país são "birmanês"  e birmã, embora o Dicionário Houaiss também registre a alternativa "mianmarense".

 

História

Crê-se que o primeiro grupo étnico a migrar para o vale do baixo Irauádi foi o dos mons que, dominantes no sul da região na altura de 900 a.C., estiveram entre os primeiros no Sudeste da Ásia a adotar o budismo teravada. No século I a.C., seguiram-se os pyus, de língua tibetano-birmanesa, que fundaram diversas cidades-Estado no Irauádi central. O reino pyu foi dizimado no século IX pelo reino de Nan chao (na atual Yunnan).

Os birmanes ou bramás (atualmente a etnia principal de Myanmar) começaram a migrar do reino de Nan chao (Yunnan) para o vale do Irauádi a partir do século VII e, em 849, fundaram um pequeno reino com centro em Pagan. No reinado de Anawrahta (944-1077), a influência de Pagan expandiu-se para o território aproximado ao de Myanmar atual. Após conquistar a capital mon em 1057, os birmaneses adotaram o budismo teravada e desenvolveram a escrita birmanesa, baseada na escrita mon. Os reis de Pagan construíram muitos templos e pagodes no país, aproveitando-se da prosperidade trazida pelo comércio.

A ascendência de Pagan no vale do Irauádi chegou ao fim com a invasão mongol pelas forças de Cublai Cã, a partir de 1277; Pagan foi saqueada em 1287. Embora os mongóis não tenham permanecido no vale do Irauádi, o povo tai-shan, que os acompanhava, instalou-se na região. Sucedeu ao reino de Pagan um conjunto de pequenos Estados, em geral controlados por shans incorporados à cultura local, como os reinos de Ava e de Pegu. Em 1527, shans conquistaram a capital de Ava.

Com a ajuda de birmanes que haviam fugido de Ava, o pequeno reino birmane de Taungû derrotou o poderoso reino mon de Pegú, de modo a reunificar a Baixa Birmânia por volta de 1540. Posteriormente, veio a conquistar a Alta Birmânia (1555), Manipur (1556), Estados shans (1557), Chiang Mai (1557), o reino siamês de Ayutthaya (1564, 1569) e o reino laosiano de Lan Xang (1574), assim controlando a maior parte da porção ocidental do Sudeste da Ásia. Com a morte do Rei Bayinnaung em 1581, seu reino desmoronou. Os siameses de Ayutthaya expulsaram os birmaneses, enquanto que em 1599 forças da etnia arracanesa, ajudadas por mercenários portugueses, saquearam Pegu (agora capital do reino de Taungu). O principal mercenário português, Filipe de Brito e Nicote, revoltou-se contra seus mestres arracaneses e passou a controlar o que era então o mais importante porto da Birmânia, Sirião (hoje Thanlyin).

Os birmaneses, chefiados pelo Rei Anaukpetlun (1605-1628), reorganizaram-se e derrotaram os portugueses em 1611. Anaukpetlun restabeleceu um reino de dimensões menores com base em Ava e que incluía a Alta e a Baixa Birmânias e os Estados shans (mas sem os arracaneses ou Taninthayi). O posterior declínio daquele reino assistiu a uma revolta bem-sucedida dos mons, a partir de 1740, com ajuda francesa e incentivo siamês; os mons conquistaram a Baixa Birmânia em 1747 e terminaram por extinguir a Casa de Taungu em 1752, com a queda de Ava.

O Rei Alaungpaya (1752–1760) instituiu a dinastia Konbaung em Shwebo, em 1752, fundou Rangum em 1755 e, na altura de sua morte, havia reunificado o país. Os conflitos com a China Qing e os siameses na segunda metade do século XVIII não tiveram resultado decisivo, mas os birmaneses lograram conquistar os arracaneses a oeste, ademais de anexar formalmente Manipur em 1813.

Os birmaneses sufocaram uma revolta em Manipur em 1819 e naquele ano conquistaram o reino de Assã, até então independente. Tais aquisições estenderam o território birmanês até a Índia Britânica. Os britânicos derrotaram os birmaneses na Primeira Guerra Anglo-Birmanesa (1824-1826), resultando na cessão, por parte de Myanmar, de Assã, Manipur, Arracão e Tenassarim. A Segunda Guerra Anglo-Birmanesa, em 1852, durou três meses, após o que os britânicos anexaram as restantes províncias litorâneas: Irauádi, Rangum e Pegu, renomeadas Baixa Birmânia. Após o reinado do popular Rei Mindon (18531878), fundador de Mandalay, os britânicos depuseram o fraco Rei Thibaw (1878–1885), na Terceira Guerra Anglo-Birmanesa (na verdade, a simples tomada da capital Mandalay). A família real birmanesa foi exilada para a Índia. As Alta e Baixa Birmânias foram reunidas e administradas como uma única província da Índia Britânica.

 

Época colonial (1886-1948)

Os britânicos construíram escolas, prisões e estradas de ferro. O ressentimento birmanês com a ocupação colonial manteve-se forte e ocasionalmente provocava distúrbios violentos. O descontentamento era provocado particularmente pelo que era visto como desrespeito à cultura e tradições birmanesas, como o uso de sapatos, pelos britânicos, ao entrar em templos e santuários budistas. O budismo passou a ser empregado como foco de resistência pelos birmaneses e os monges budistas tornaram-se a vanguarda do movimento pela independência.

Em 1 de abril de 1937, Myanmar passou a ser um território administrado separadamente da Índia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Myanmar transformou-se numa das principais frentes de batalha do Teatro do Sudeste Asiático. A administração britânica desmoronou face ao avanço japonês e cerca de 300 000 refugiados cruzaram a selva para a Índia; apenas 30 000 chegaram com vida. A campanha militar japonesa expulsou os britânicos de Myanmar, mas o Reino Unido contra-atacou com tropas do exército indiano britânico e, na altura de 1945, havia retomado o país. Tropas autóctones lutaram nos dois lados da guerra.

 

República democrática (1948-1962)

Em 4 de janeiro de 1948, o país tornou-se uma república independente, fora da Commonwealth Britânica, com o nome oficial União da Birmânia. Sao Shwe Thaik asumiu a presidência e U Nu, o cargo de primeiro-ministro. Instituiu-se um parlamento bicameral. Em 1961, o birmanês U Thant foi eleito Secretário-Geral das Nações Unidas, o primeiro indivíduo não-ocidental a ocupar a chefia de uma organização internacional; ele permaneceria no cargo por dez anos.

 

Regime militar (1962-presente)

O regime democrático terminou em 1962, quando o General Ne Win comandou um golpe de Estado militar. Ele governou por quase 26 anos e suas políticas foram implementadas com o mote "o caminho birmanês para o socialismo". Em 1974, as forças armadas reprimiram com violência protestos contra o governo durante o funeral de U Thant.

Em 1988, a má gestão econômica e a repressão política provocaram manifestações pró-democracia generalizadas. As forças de seguranças sufocaram as manifestações com a morte de centenas de pessoas. O General Saw Maung chefiou um golpe de Estado e criou o Conselho de Estado para a Restauração da Lei e da Ordem (na prática, o governo do país). Em 1989, o Conselho declarou lei marcial para lidar com mais protestos e alterou o nome oficial do país em inglês para Union of Myanmar (adaptado em português como União de Myanmar - ver Etimologia e terminologia, acima).

Em maio de 1990, o governo promoveu eleições livres pela primeira vez em quase 30 anos. A Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, ganhou 392 dos 489 assentos da Assembleia Popular, mas os resultados foram anulados pelo Conselho, que se recusou a deixar o poder. Chefiado por Than Shwe desde 1992, o regime militar logrou negociar acordos de cessar-fogo com a maioria dos grupos de guerrilha étnica. Em 1997, o Conselho passou a ser denominado Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento.

Em 23 de junho de 1997, Myanmar aderiu à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Em 27 de março de 2006, a junta militar transferiu a capital de Rangum para um local próximo a Pyinmana, dando-lhe o nome de Naypyidaw, que significa "cidade dos reis".

Em novembro de 2006, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou que procuraria processar na Corte Internacional de Justiça os membros da junta militar de Myanmar por crimes contra a humanidade, devido à prática de trabalho forçado de seus cidadãos. Em agosto de 2007, surgiram novos protestos pela democracia no país, chefiados por monges budistas e reprimidos com força pelo governo. Em 3 de maio de 2008, um devastador ciclone tropical atingiu o litoral do país e, segundo algumas estimativas, deixou pelo menos 134 000 mortos e desaparecidos, e talvez um milhão de desabrigados. De 1962 a 2011, o país estava sob regime militar e no processo tornou-se uma das nações menos desenvolvidas do mundo. A junta militar foi dissolvida em 2011 após uma eleição geral em 2010 e um governo civil instalado.

 

Geografia

Com uma área total de 678 000 km², Myanmar é o maior país do sudeste da Ásia continental e o 39º maior do mundo. Seu território é um pouco maior do que a soma das áreas dos estados brasileiros de Minas Gerais e Santa Catarina, ou de Alemanha e Itália juntas (para fins de comparação, a superfície de Madagáscar é de 587.041 e a de Moçambique é de 801 590 km²).

A noroeste, limita com a divisão de Chittagong, do Bangladesh (fronteira de 193 km), e com os estados de Assã, Nagaland e Manipur, da Índia (1 463 km). A nordeste, faz fronteira com o Tibete e Yunnan, da China (2 185 km). A sudeste, é limítrofe com o Laos (235 km) e a Tailândia (1 800 km). Myanmar possui um litoral contínuo de 1 930 km, banhado pelo golfo de Bengala e pelo mar de Andamão. Suas fronteiras terrestres totalizam 5 876 km.

No norte, os montes Hengduan Shan formam a fronteira com a China. O Hkakabo Razi, localizado no estado de Kachin, é o ponto culminante de Myanmar, com 5 881 m. As três cordilheiras em território birmanês, a Rakhine Yoma, a Bago Yoma, e o planalto Shan, correm no sentido norte-sul a partir do Himalaia e dividem os três sistemas hidrográficos do país, os rios Irauádi, Thanlwin e Sittang. O primeiro é o rio mais longo de Myanmar, com quase 2 170 km de extensão, e em seu vale vive a maioria da população do país. Os vales entre as cordilheiras possuem planícies férteis.

Grande parte do território birmanês encontra-se entre o Trópico de Câncer e o Equador. O país localiza-se na região asiática das monções, o que faz com que suas regiões litorâneas recebam mais de 5 000 mm anuais de chuva. A precipitação na região do delta do Irauádi é de cerca de 2 500 mm, maior que a da zona seca da Birmânia central, com menos de 1 000 mm. As regiões setentrionais do país são as mais frias, com temperaturas médias de 21 °C. As regiões litorânea e do delta apresentam temperaturas médias de 32 °C.

O lento crescimento econômico birmanês contribuiu para a preservação de seu meio ambiente e ecossistemas. Mais de 49% do território do país são cobertos por florestas, que incluem teca, seringueira, acácia, bambu, mangues, coqueiro e palmeira de betel. No planalto ao norte, encontram-se carvalho, pinheiro e outras espécies de rododendros. As terras ao longo do litoral podem sustentar todas as variedades de frutas tropicais. Na zona seca, a vegetação é esparsa.

 

Estatísticas

Recursos naturais:
Petróleo, madeira, estanho, antimónio, zinco, cobre, tungsténio, chumbo, carvão, mármore, pedra de vários tipos, pedras preciosas, gás natural e energia hidroelétrica.

Uso do solo:solo arável: 15%
cultura permanente: 1%
pastagem permanente: 1%
florestas e bosques: 49%
outros: 34% (est. 1993).

Solo irrigado:
10680 km² (est. 1993).

Acidentes naturais:
terremotos e ciclones; cheias e desabamento de terras muito comuns durante a época das chuvas (Junho / Setembro); secas periódicas.

Ambiente - problemas actuais:
desflorestação; poluição industrial; saneamento muito deficiente ou inadequado; doenças tropicais.

 

Demografia

A população de Myanmar é de cerca de 55 milhões de habitantes, uma estimativa grosseira, pois o último censo parcial do país data de 1983. A densidade populacional de Myanmar é baixa, de 75 habitantes por km².

Há milhões de trabalhadores birmaneses na Tailândia (a maioria, imigrantes ilegais). As fronteiras indo-birmanesa, bangalo-birmanesa e tailando-birmanesa abrigam campos de refugiados, que também estão presentes na Malásia.

Quatro grandes famílias linguísticas estão presentes em Myanmar: a sino-tibetana, a austronésia, a tai-kadai e a indo-europeia. As línguas sino-tibetanas são as mais faladas e incluem o birmanês, o karen, o kachin, o chin e o chinês. A principal língua tai-kadai é o shan. Mon, palaung e wa são as principais línguas austroasiáticas. As duas maiores línguas indo-europeias são o páli, língua litúrgica do budismo teravada, e o inglês.

Myanmar apresenta grande diversidade étnica. Embora o governo reconheça 135 grupos étnicos diferentes, uma avaliação exata a esse respeito é considerada difícil. Há pelo menos 108 grupos etnolinguísticos distintos no país, principalmente tibeto-birmaneses. Estima-se que os birmanes formem 68% da população, seguidos dos shans (10%), kayin (7%), rakhine (4%), chineses étnicos (3%) e mons (2%). Outrora uma comunidade grande e influente, os anglo-birmaneses começaram a deixar o país a partir de 1958, restando hoje poucos em Myanmar.

 

Política

Myanmar é governado por um regime militar estrito, com o nome "Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento". O atual chefe de Estado é o presidente do Conselho, General Than Shwe. A maioria dos postos do gabinete é ocupada por oficiais militares.. Os principais partidos do país são a Liga Nacional pela Democracia e a Liga das Nacionalidades Shans pela Democracia, embora suas atividades sejam fortemente reguladas e mesmo suprimidas pelo regime militar que, ademais, proibiu o funcionamento de diversos partidos e organizações políticas.

Várias organizações de direitos humanos, inclusive a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, relatam casos de abusos do governo militar contra os direitos humanos e afirmam que não há poder judiciário independente no país. Há relatos de trabalhos forçados, tráfico de pessoas e trabalho infantil, e o governo é conhecido por usar a violência sexual como instrumento de controle.

As eleições parlamentares de 1990 foram as primeiras em 30 anos, na qual a Liga Nacional pela Democracia, chefiada por Aung San Suu Kyi, recebeu mais de 60% dos votos e mais de 80% dos assentos na Assembleia. Entretanto, o regime militar anulou o resultado do pleito. Aung San Suu Kyi, que ganhou reconhecimento internacional como ativista pela democracia em seu país e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem sido mantida em prisão domiciliar.

Os representantes eleitos em 1990 formaram o Governo Nacional de Coalizão da União de Myanmar, um governo-no-exílio que é considerado ilegal pelo regime militar.

Em 1993, o governo militar instituiu uma assembleia constituinte. Em 10 de maio de 2008, 92,4% dos 22 milhões de eleitores do país supostamente aprovaram em referendo uma constituição escrita pelos militares, com um comparecimento às urnas de alegadamente 99%, em meio aos efeitos do ciclone Nargis. Foi a primeira votação desde as eleições nacionais de 1990. A nova constituição concede aos militares 25% dos assentos no parlamento. Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional pela Democracia, dentre outros, criticou o referendo, afirmando que "estava repleto de trapaças e fraudes por todo o país; em alguns vilarejos, as autoridades e os funcionários da seção eleitoral marcaram eles mesmos as cédulas e não permitiram aos eleitores fazer nada". A nova constituição impede Aung San Suu Kyi de ocupar cargos públicos. Outros cinco milhões de eleitores votariam em 24 de maio em Rangum e no delta do Irauádi, áreas mais atingidas pelo ciclone Nargis.

A repressão política e os abusos contra os direitos humanos levaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a incluir Myanmar na sua agenda de trabalho. A ASEAN, bem como os governos de diversos países, têm insistido para que o regime militar conduza o país à democracia.

 

Subdivisões

Myanmar se organiza em sete divisões e sete estados, baseados nos grupos étnicos dominantes.

 

Estados (pyi)

  1. Rakhine (anteriormente "Arracão")
  2. Chin
  3. Kachin
  4. Shan
  5. Kayah (anteriormente "Karenni")
  6. Kayin (anteriormente "Karen")
  7. Mon

 

Divisões (taing)

  1. Sagaing
  2. Tanintharyi (anteriormente "Tenasserim")
  3. Ayeyarwady (anteriormente "Irrawady")
  4. Yangon (anteriormente "Rangún")
  5. Bago (anteriormente "Pegú")
  6. Magway
  7. Mandalay

 

Economia

Myanmar é um dos países mais pobres do Sudeste da Ásia e sofre há décadas de estagnação econômica, má administração e isolamento. O seu PIB cresce 2,9% ao ano, taxa considerada baixa em comparação com outras economias da região.

Sob o controle britânico, Myanmar era um dos países mais ricos do Sudeste da Ásia e o maior exportador mundial de arroz. Produzia petróleo e possuía recursos naturais e humanos, com uma população altamente alfabetizada. Cerca de 75% da teca produzida no mundo originava-se daquele país.

Após o golpe de Estado de 1962, o governo procurou estatizar as indústrias, mas em 1989 passou a descentralizar a economia. Em anos recentes, a China e a Índia têm se aproximado de Myanmar, com vistas a obter benefícios econômicos. Muitos países, como os EUA, Canadá e a União Europeia, impuseram sanções comerciais e de investimento. O investimento estrangeiro é proveniente da China, Singapura, Coreia do Sul, Índia e Tailândia.

Ademais da produção de drogas ilegais, como ópio, a atividade econômica birmanesa inclui produtos agrícolas, têxteis, produtos de madeira, material de construção, pedras preciosas, metais e gás natural.

Os arrozais cobrem cerca de 60% da área cultivada; o arroz corresponde a 97% da produção de grãos (por peso).

 

Cultura

Embora haja uma pletora de culturas locais em Myanmar, a cultura da maioria é principalmente budista e birmane. A cultura birmane foi continuamente influenciada pela dos países vizinhos. As artes em geral e a literatura em particular foram fortemente influenciadas pela forma birmanesa do budismo teravada. Considerado o épico nacional de Myanmar, o Yama Zatdaw é uma adaptação do ramaiana e foi muito influenciado pelas versões tailandesa, mon e indiana do texto. O budismo é praticado juntamente com a adoração dos nats (espíritos).

Num vilarejo birmanês tradicional, o mosteiro é o centro da vida cultural e os monges são venerados e apoiados pelos leigos. Todos os meninos de famílias budistas devem tornar-se noviços e monges, mesmo que por pouco tempo.

O governo colonial britânico introduziu elementos ocidentais na cultura local. O sistema educacional tem como modelo o Reino Unido. As influências arquitetônicas coloniais são mais óbvias nas cidades maiores, como Rangum. Muitas minorias étnicas, como os karen, no sudeste, e os kachin e os chin, no norte e noroeste, são cristãos.

SINGAPURA

 

Singapura, oficialmente República de Singapura, é uma cidade-estado insular localizada no extremo sul da península malaia, situada 137 km a norte do equador, do sul do estado Malaio de Johor e das Ilhas Riau, no norte da Indonésia. Com 710,2 km², Singapura é um microestado e o menor país do Sudeste Asiático. É substancialmente maior do que Mônaco e Vaticano, as outras únicas cidade-estado soberanas sobreviventes.

Antes da colonização europeia a ilha, agora conhecida como Singapura, foi o local de uma vila de pescadores malaios na foz do rio Singapura. Várias centenas de povos indígenas Orang-Laut também viveram ao longo da costa próxima, nos rios e nas ilhas menores. Em 1819, a Companhia Britânica das Índias Orientais, liderada por Sir Stamford Raffles, estabeleceu uma feitoria na ilha, que foi utilizada como um porto na rota das especiarias. Singapura se tornou um dos mais importantes centros comerciais e militares do Império Britânico e centro do poder britânico no sudeste da Ásia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a colônia britânica foi ocupada pelos japoneses após a Batalha de Singapura, que Winston Churchill chamou de "a maior derrota da Grã-Bretanha". Singapura reverteu-se para o domínio britânico em 1945, imediatamente após a guerra. Dezoito anos depois, em 1963, a cidade, tendo alcançado a independência do Reino Unido, fundiu-se com Malaya, Sabah e Sarawak para formar Malásia. No entanto, a operação não foi bem sucedida e, menos de dois anos depois, ele se separou da Federação e se tornou uma república independente dentro da Comunidade das Nações, em 9 de agosto de 1965. Singapura foi admitido nas Nações Unidas em 21 de setembro do mesmo ano.

Desde a independência, o padrão de vida de Singapura aumentou de forma dramática. O investimento estrangeiro direto e uma unidade liderada pelo Estado para a industrialização com base em planos elaborados pelo economista holandês Albert Winsemius criaram uma economia moderna, centrada na indústria, educação e planejamento urbano. Singapura é o 5º país mais rico do mundo em termos do PIB (PPC) per capita. Em Dezembro de 2008, as reservas cambiais desta pequena nação-ilha situavam-se em cerca de US$ 174,2 bilhões. O governo de Singapura, com a aprovação do presidente, anunciou em Março de 2009 que iria usar suas reservas oficiais pela primeira vez e retirar US$ 4,9 bilhões.

Em 2009, a Economist Intelligence Unit classificou Singapura como a décima cidade mais cara do mundo para se viver e a terceira mais cara da Ásia, depois de Tóquio e Osaka. A pesquisa Cost of Living de 2009, feita pela empresa de consultoria Mercer, também classificou Singapura na décima posição como a cidade mais cara para expatriados.

A população de Singapura, incluindo os não residentes, é de cerca de 5 milhões de habitantes. Singapura é muito cosmopolita e diversificada com o povo chinês formando uma maioria étnica com grandes populações de malaios, povos indígenas e outros. Inglês, malaio, tâmil e chinês são as línguas oficiais do país.

Singapura é uma república parlamentarista e a Constituição de Singapura estabelece a democracia representativa como o sistema político da nação. O Partido Popular (PAP) domina o processo político e ganhou o controle do Parlamento em todas as eleições desde o auto-governo, em 1959.

História

O início do povoamento hoje conhecido como Singapura iniciou-se no século II d.C. Foi um posto avançado do império de Srivijaya, chamado Temasek ("cidade do mar"). Entre os séculos XVI e XIX, era parte do sultanato de Johor. Em 1613, invasores portugueses queimaram o povoamento e a ilha afundou no esquecimento durante dois séculos.[18]

Em 1819, Thomas Stamford Raffles chegou e assinou um tratado com o sultão Shah Hussein em nome da Companhia Britânica das Índias Orientais para desenvolver a parte do sul de Singapura como um entreposto comercial britânico, ante sua privilegiada localização na passagem que liga o sul do Mar da China ao Oceano Índico. Em 1824 toda a ilha se tornou uma possessão britânica no âmbito de um tratado adicional pelo qual o sultão e os Temenggong entregaram à Companhia Britânica das Índias Orientais, que ampliou e explorou o porto. Em 1826, tornou-se parte dos Estabelecimentos dos Estreitos, um grupo de colônias britânicas. Até 1869, 100.000 pessoas viviam na ilha.

 

Na Segunda Guerra Mundial, o Exército Imperial Japonês invadiu a Malásia, o que deu origem à Batalha de Singapura. Os ingleses foram derrotados e renderam-se em 15 de fevereiro de 1942. O então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, chamou o episódio de "o pior desastre e a maior capitulação da história britânica." Os japoneses ocuparam Singapura até os britânicos retomarem o território em setembro de 1945, após a rendição do Japão.

A primeira eleição geral em Singapura, em 1955, foi ganha pelo pró-independentista David Marshall, chefe da Frente de Trabalho. Exigindo um governo completamente independente, Marshall liderou uma delegação a Londres, mas o seu intuito foi recusado pelos britânicos. Demitiu-se quando retornou e foi substituído por Lim Yew Hock, cujas políticas convenceram o Reino Unido a conceder plena autonomia interna para Singapura em todas os temas, exceto assuntos de defesa e relações internacionais.

Nas eleições de maio de 1959 o partido Ação Popular obteve uma vitória esmagadora e imediatamente fez de Singapura um Estado autônomo dentro da Commonwealth, com Lee Kuan Yew como o primeiro-ministro. O Governador de Singapura Sir William Allmond Codrington Goode serviu como o primeiro chefe de Estado do país até dezembro de 1959, quando foi sucedido por Encik Yusof bin Ishak, mais tarde primeiro presidente de Singapura.

Singapura declarou a sua independência do Reino Unido em 31 de agosto de 1963, antes de ingressar na então nova Federação da Malásia em setembro, junto com Malásia, Sabah e Sarawak, como resultado do Referendo de 1962 sobre a Incorporação de Singapura. Tunku Abdul Rahman separou Singapura da Federação dos dois anos mais tarde, após o conflito ideológico aquecido entre os partidos do governo da Malásia e de Singapura.

Singapura ganhou soberania como "República de Singapura" (permanecendo dentro da Commonwealth), em 9 de agosto de 1965,[24] com Yusof bin Ishak como presidente e Lee Kuan Yew, ainda como primeiro-ministro. Em 1970 o país se juntou ao Movimento Não-Alinhado e em 1976 ajudou a fundar a Associação das Nações do Sudeste Asiático.[25] Em 1990, Goh Chok Tong sucedeu Lee como primeiro-ministro. Durante seu mandato, o país enfrentou a crise financeira asiática de 1997, o surto de SARS de 2003 e as ameaças terroristas colocadas pela Jemaah Islamiyah. Em 2004, Lee Hsien Loong, filho mais velho de Lee Kuan Yew, se tornou o terceiro primeiro-ministro.[26]

 

Geografia

Singapura é constituída por 63 ilhas, incluindo a ilha de Singapura. Há duas conexões para Johor, Malásia - a Johor-Singapura Causeway, no norte, e Malaysia–Singapore Second Link no oeste, e que constituem as travessias da fronteira Malásia-Singapura sobre os estreitos de Johor. A Ilha de Jurong, Pulau Tekong, Pulau Ubin e Sentosa são as maiores ilhas de Singapura. O maior ponto natural de Singapura é na colina Bukit Timah, com 166 metros.  O sul de Singapura, em torno da foz do rio Singapura e que é agora a Área Central de Singapura, costumava ser a única área urbana concentrada, enquanto o restante do terreno era de floresta tropical ou utilizado para a agricultura. Desde 1960 o governo tem vindo a construir novas vilas residenciais em áreas periféricas, resultando em uma paisagem totalmente urbana. A Autoridade de Planejamento Urbano foi criada em 1 de Abril de 1974, sendo responsável pelo planejamento urbano.

 

No momento, Singapura passa por projetos de aterros com terra retirada de seu território e de países vizinhos. Como resultado, a área de terra de Singapura aumentou de 581,5 km² em 1960 para 704 km² atualmente, e pode aumentar mais 100 km ² até 2030. Os projetos, por vezes envolvem algumas das ilhas menores, que são unidas através de recuperação de terras a fim de formar grandes ilhas, mais funcionais, como no caso da Ilha de Jurong.

Sob o sistema de classificação climática de Köppen, Singapura tem um clima equatorial, sem estações distintas. Seu clima é caracterizado por temperatura uniforme e pressão, alta umidade e chuvas abundantes. As temperaturas variam entre 22 °C a 34 °C. Em média, a umidade relativa é de cerca de 90% na parte da manhã e 60% à tarde. Durante a chuvas fortes e prolongadas, a umidade relativa muitas vezes chega a 100%. As temperaturas mais baixas e mais altas já registradas foram de 19,4 °C e 35,8 °C, respectivamente. Junho e julho são os meses mais quentes, enquanto novembro e dezembro compõem a estação das monções úmidas. De agosto a outubro, muitas vezes há neblina, algumas vezes grave o suficiente para motivar as advertências de saúde pública, devido às queimadas na vizinha Indonésia. Singapura não possui horário de verão ou uma alteração no fuso horário de verão. A duração do dia é quase constante durante todo o ano, devido à localização do país, perto do equador.

Cerca de 23% do território de Singapura é constituído de terras de floresta e reservas naturais. A urbanização tem eliminado muitas áreas de floresta primária anteriores, sendo a única área remanescente de floresta primária a Reserva Natural de Bukit Timah. Uma variedade de parques são mantidos com a intervenção humana, como Jardim Botânico de Singapura.

 

Demografia

De acordo com estatísticas do governo, a população de Singapura em de 2009 era de aproximadamente 5 milhões de habitantes, dos quais 3,73 milhões eram de Singapura ou residentes permanentes (denominados "Moradores de Singapura"). Vários grupos linguísticos chineses formam 74,2% dos moradores de Singapura, malaios são 13,4%, 9,2% são indianos, enquanto euroasiáticos, árabes e outros grupos formam 3,2% da população.

Em 2006 a taxa de natalidade foi de 10,1 por 1000, um nível muito baixo atribuído às políticas de controle de natalidade, e a taxa de mortalidade foi também uma das mais baixas no mundo, em 4,3 por 1000. O crescimento da população total foi de 4,4%, com os residentes em Singapura crescendo a 1,8%. A alta taxa de crescimento percentual é, em grande parte, graças a imigração líquida, mas também ao aumento da esperança de vida. Singapura é o segundo mais populoso país independente do mundo depois de Mônaco. Em 1957, a população de Singapura era de, aproximadamente, 1,45 milhões, e havia uma taxa de natalidade relativamente alta. Ciente de que país é extremamente limitado em recursos naturais e em território, o governo introduziu políticas de controle de natalidade na década de 1960. No final da década de 1990 a população começou a envelhecer, com menos pessoas entrando no mercado de trabalho, gerando uma escassez de trabalhadores qualificados. Numa inversão dramática de sua política, o governo de Singapura introduziu um regime de "bônus bebê" em 2001 (melhorado em agosto de 2004), que incentivou os casais a terem mais filhos.

Em 2008, a taxa de fecundidade total foi de apenas 1,28 filhos por mulher, o 3º menor nível do mundo, e bem abaixo dos 2,10 necessários para substituir a população. Em 2008, nesceram 39.826 bebês, em comparação com cerca de 37.600 nescimentos em 2005. Esse número, entretanto, não é suficiente para manter o crescimento da população. Para ultrapassar este problema, o governo está incentivando estrangeiros para imigrar para Singapura. O grande números de imigrantes mantiveram a população de Singapura longe do declínio.

 

Política

Singapura é uma democracia parlamentar com um sistema Westminster de governo parlamentarista unicameral representando diferentes circunscrições. A maior parte do poder executivo cabe ao Conselho de Ministros, chefiado pelo Primeiro-Ministro, atualmente Lee Hsien Loong. Ao cargo de Presidente de Singapura, historicamente cerimonial, foi concedidos alguns poderes de veto a partir de 1991, por algumas decisões-chave, tais como o uso das reservas nacionais e da nomeação de cargos judiciais. Embora a posição deve ser eleito pelo voto popular, apenas a eleição de 1993 foi contestada até a data. O ramo legislativo do governo é o Parlamento.

Os membros eleitos do Parlamento servem como uma ponte entre a comunidade e o Governo, garantindo que as preocupações dos seus eleitores sejam ouvidos no Parlamento. O atual Parlamento possui 94 deputados, sendo composto por 84 membros eleitos do Parlamento, uma NCMP e nove membros nomeados.

O Partido de Ação Popular (PAP) é o partido no poder em Singapura desde que o auto-governo foi alcançado. Há vários partidos da oposição em Singapura, os mais notáveis são o Partido dos Trabalhadores de Singapura, o Partido Democrático de Singapura (SDP) e a Aliança Democrática de Singapura (SDA). A Economist Intelligence Unit descreve Singapura como um regime "híbrido" de elementos democráticos e autoritários.  A Freedom House classifica o país como "parcialmente livre". Embora as eleições gerais sejam isentos de irregularidades e fraudes eleitorais, o PAP foi criticado por alguns por manipular o sistema político através da utilização de censura, gerrymandering e difamação civil contra políticos da oposição.

Singapura tem uma economia de mercado bem sucedida e transparente. Empresas estatais são dominantes em diversos setores da economia local, como a comunicação social, serviços públicos e transporte público. Singapura tem sido consistentemente avaliada como o país menos corrupto da Ásia e entre os dez mais livre de corrupção do mundo, de acordo com Transparência Internacional.

Embora as leis de Singapura sejam herdadas do Reino Unido e da Índia britânica e incluam muitos elementos do direito comum Inglês, o governo também tem seguido a linha de não seguir alguns elementos dos valores democráticos liberais. Não há julgamentos e há leis que restringem a liberdade de expressão que podem produzir má vontade ou causar desarmonia dentro da sociedade multirracial e multi-religiosa de Singapura. A atividade criminosa é geralmente punida com pesadas sanções, incluindo multas pesadas ou cárcere, e também existem leis que permitem a pena capital em Singapura por homicídio qualificado e tráfico de drogas. O governo de Singapura alega que o país tem o direito soberano de determinar o seu próprio sistema judicial e impor o que ele vê como uma punição adequada, incluindo a pena capital para os crimes com uma maior gravidade.

 

Subdivisões

A Singapura é uma cidade-estado insular. O país está dividido em 5 regiões, que são subdivididas em áreas de planejamento urbano.

 

Economia

Singapura tem uma economia altamente desenvolvida baseada no mercado, que historicamente girava em torno do entreposto comercial, em outras palavras, uma enorme economia de exportação, dependente da exportação de mercadorias para outros países. Juntamente com Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan, Singapura é um dos quatro Tigres Asiáticos. A economia (que entre 1966 e 1990 cresceu, em média, 8,5% ao ano) depende fortemente da exportação e refino de produtos importados, especialmente na indústria transformadora. A indústria constituía 26% do PIB de Singapura em 2005. A indústria de transformação é bem diversificada, contando com os setores de eletrônica, refino de petróleo, produtos químicos, engenharia mecânica e ciências biomédicas. Em 2006, Singapura produziu cerca de 10% da produção mundial de wafer de fundição. Singapura tem um dos portos mais movimentados do mundo e é o quarto maior centro de negociação de câmbio do mundo depois de Londres, Nova York e Tóquio.

Singapura foi avaliada como o país com o maior número de empresas de economia familiar em todo o mundo, com milhares de expatriados estrangeiros a trabalhar em empresas multinacionais. Singapura é também considerado como um dos principais centros de financiamento da região e do mundo. Além disso, a cidade-estado também emprega dezenas de milhares de trabalhadores colarinho branco estrangeiros de todo o mundo.

Como resultado da recessão global e uma crise no setor de tecnologia, o PIB do país contraiu 2,2% em 2001. O Economic Review Committee (ERC) foi criado em dezembro de 2001, e recomendou várias mudanças de política com vista à revitalização da economia. Singapura já se recuperou da recessão, em grande parte devido às melhorias na economia mundial, a economia de Singapura cresceu 8,3% em 2004, 6,4% em 2005 e 7,9% em 2006. Em 19 de agosto de 2007, o Primeiro-Ministro Lee Hsien Loong anunciou que a economia de Singapura deve crescer pelo menos 4-6% anualmente durante os próximos 5-10 anos.

O PIB per capita em 2006 foi de US$ 29,474. Em setembro de 2007, a taxa de desemprego era de 1,7%, o mais baixo em uma década, tendo melhorado antes da crise mundial ter chegado a Ásia. O emprego continuou a crescer fortemente e a economia manteve sua rápida expansão. Nos três primeiros trimestres de 2007, 171.500 novos empregos foram criados, o que é próximo do valor de 176.000 alcançado em 2006. Em 2007, a economia de Singapura cresceu 7,5% e atraiu um recorde S$16 bilhões (US$ 10,6 bilhões) dos investimentos em ativos fixos na fabricação e projetos de geração de S$ 3 bilhões (US$ 2b, € 1.6b) da despesa total de negócios nos serviços. Singapura introduziu um Imposto sobre Mercadorias e Serviços (GST - sigla em inglês) com uma taxa inicial de 3% em 1 de abril de 1994, criando um aumento substancial da receita do governo de S$ 1,6 bilhão (US$ 1B, € 800m) e estabilizando as finanças públicas.  A GST passivo foi aumentado para 4% em 2003, para 5% em 2004 e 7% em 1 de julho de 2007.

Devido à recessão econômica, a economia de Singapura cresceu apenas 1,1% no ano de 2008, muito inferior ao esperado de 4,5% para 6,5% de crescimento, enquanto a taxa de desemprego foi para 2,8%.

 

Turismo

Singapura é um popular destino turístico, contribuindo para a importância desse tipo de indústria. O total de visitantes em 2007 foi de 10,2 milhões de pessoas.  Para atrair mais turistas, o governo decidiu legalizar o jogo e permitiu que dois resorts casino se desenvolvessem na Marina Sul e em Sentosa, em 2005.[ Para competir com os rivais regionais, como Bangkok, Hong Kong, Tóquio e Xangai, a área da cidade foi transformada em um dos lugares mais emocionantes do país, iluminando prédios públicos e comerciais.

O Singapore Food Festival é realizado todo mês de julho para celebrar a culinária de Singapura. Outros eventos anuais incluem o Singapore Sun Festival, o Christmas Light Up e o Singapore Jewel Festival. Singapura está se promovendo como um centro de turismo médico: cerca de 200.000 estrangeiros procuram atendimento médico há cada ano e o objetivo é servir um milhão de pacientes estrangeiros por ano até 2012 e gerar US$ 3 bilhões em receitas.

Transporte

Singapura conta com um dos mais modernos aeroportos do mundo Aeroporto de Singapura também conhecido por Aeroporto de Changi, é um dos mais importantes aeroportos da Ásia em particular no Sudeste. diariamente recebe 4.054 voos de oitenta companhias áreas, que voam para mais de 184 cidades em 57 países.O Aeroporto de Singapura é importante no desenvolvimento econômico do país, emprega 13.000 pessoas e tem lucros de 4.5 bilhões de dólares.

O Aeroporto de Singapura é importante nas ligações para a Austrália, sendo um importante local da "Rota do Canguru", que liga a Austrália à Europa via Singapura. O aeroporto é o principal hub da companhia Singapore Airlines esta entre as melhores companhias aéreas do mundo também a primeira a operar o Airbus A380

 

Cultura

Uma vez que Singapura é uma pequena e relativamente moderna amálgama de povoamentos chineses, malaios e indianos, existe pouco de uma cultura especificamente singapuriana. De uma forma inteiramente única, os vários grupos étnicos continuam a celebrar as suas próprias culturas. Singapura é provavelmente o único lugar do mundo onde se pode encontrar um casamento malaio a ter lugar lado a lado com um casamento chinês, por exemplo. Os feriados principais refletem o modo como a cultura local celebra esta única diversidade. Ao contrário de muitas outras sociedades multiculturais, os feriados públicos principais incluem o Ano Novo do calendário gregoriano, o ano novo chinês, o Hari Raya Haji e o Deepavali.

 

Esporte

Desde 2008 Singapura passou a sediar uma etapa do campeonato mundial de Fórmula 1; note-se que foi a primeira corrida realizada no período noturno e com iluminação artificial na história da categoria. O vencedor da prova em 2008 foi o espanhol Fernando Alonso, corrida que ficou marcada pelo acidente do brasileiro,Nelsinho Piquet. Em 2010, o espanhol Fernando Alonso voltou a vencer em Singapura.

 

TAILÂNDIA

 

 

O Reino da Tailândia é um país, dividido entre a Indochina e a península Malaia. É limitado a norte e a leste pelo Laos, a sul pelo Camboja, pelo golfo da Tailândia e pela Malásia, a oeste pelo mar de Andamão e a oeste e norte por Mianmar. A capital do país é a cidade de Banguecoque.

 

História

A Região conhecida como Tailândia tem sido habitada por humanos desde o período Paleolítico (há cerca de 10.000 anos). Antes da queda do Império Khmer, no século XIII d.C., vários Estados floresceram nesta região, tais como os reinos Tai, Mon, Khmer e Malaio, conforme verificou-se por meio dos vários sítios e artefatos arqueológicos espalhados pelas paisagens do antigo Sião. Antes ainda do século XII, porém, o primeiro Estado tailandês ou siamês é tradicionalmente considerado como sendo o Reino Budista de Sukhothai, fundado em 1238.

Seguindo-se ao declínio e queda do Império Khmer nos séculos XIII e XIV, vários reinos budistas tailandeses de Sukhothai, Lanna e Lan Chang tomaram o poder. Um século mais tarde, o poder dos Sukhothai foi suprimido pelo reino de Ayutthaya, estabelecido em meados do século XIV. Após a queda de Ayutthaya em 1767, os siameses tiveram como nova capital da Tailândia a cidade de Thonburi por um breve período sub o reinado de Taksin, o Grande. A era atual da história tailandesa (Era Rattanakosin) iniciou-se em 1782, após o estabelecimento de Banguecoque como capital do Reino do Sião, sob o reinado de Rama I, da Dinastia Chakri.

O Sião têm tradição imemoriável de comércio com os países e culturas vizinhas do oceano Índico e do mar da China Meridional. O comércio e a influência europeus chegaram à região da atual Tailândia no século XVI, com os portugueses. Apesar da pressão européia, a Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi colonizado por europeus. As duas principais razões para tal são que a Tailândia teve uma longa sucessão de governadores bastante hábeis durante o século XIX e estes souberam explorar as rivalidades e tensões entre França e Inglaterra. Como resultado, o país manteve-se como estado-tampão entre as partes do sudeste asiático colonizadas pelas duas potências.

Apesar disto, a influência ocidental levou a muitas mudanças e grandes concessões durante o século XIX, mais notavelmente na grande perda territorial a leste da região do Mekong para os franceses, e na absorção gradual pelos Estados Ingleses de Shan (Thai Yai, atual Birmânia) e pela Malásia peninsular.

Em 1932, uma revolução pacífica resultou em uma nova monarquia constitucional. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Tailândia aliou-se ao Japão, mantendo-se, ainda, em posição paradoxal de resistência antijaponesa, no movimento conhecido como Seri Thai. Após a guerra, a Tailândia emergiu como aliado dos Estados Unidos. Como as demais nações em desenvolvimento no período da Guerra Fria, a Tailândia passou por décadas de transgressão política caracterizadas por golpes de estado e regimes militares seguidos, progredindo, ao final, rumo a uma estabilidade democrática na década de 80.

Em 1997, a Tailândia foi atingida pela crise financeira asiática, e o baht tailandês (moeda nacional) atingiu rapidamente um pico de 56 baht por dólar, comparado à cotação de 25 baht por dólar anterior a 1997. Desde então, o bath recuperou grande parte da sua força e em maio de 2007 ficou em 32 baht por dólar americano.

O calendário oficial na Tailândia é baseado na versão ocidental da Era Budista, que está 543 anos à frente do calendário gregoriano ocidental. Por exemplo, o ano 2008 d.C. é o ano 2551 na Tailândia.

 

Geografia

A Tailândia é um país localizado no sudeste asiático, sendo limítrofe com Laos e Camboja, ao leste; Myanmar a oeste e Malásia, ao sul. A Tailândia é também conhecida como Sião, que era o nome do país até meados de 1949. Thai significa "livre", em tailandês e é assim que as pessoas geralmente se referem quando vão falar sobre esse país e seus habitantes ( cultura thai,língua thai, habitantes Thais,etc.)

 

A região norte do país apresenta um relevo bastante montanhoso, sendo o ponto mais alto o monte Doi Inthanon, com 2 576 m. Na porção noroeste há também uma área elevada denominada Khorat Plateau que é, a leste, contornada pelo rio Mekong, um dos maiores do mundo, drenando uma grande área do continente asiático. No entanto, devido ás suas variações em seu fluxo e por ser bastante encachoeirado,esse rio não é navegável. Outro rio importante é o Chao Phraya , com 370 km, que corta o país de norte a sul, atravessando, inclusive, a capital, Bangkok. Na região sul do país o relevo é mais baixo, sem muitas elevações.

A Tailândia está localizada na zona climática Tropical, portanto seu clima é bastante quente e caracterizado por monções. A vegetação é caracterizada praticamente por florestas tropicais. Seringueiras foram importadas do Brasil, da região Amazônica e plantadas no sudeste do país, há mais ou menos 100 anos. Há cem anos, as florestas serviam também de lar para milhares de elefantes que, infelizmente, devido à devastação e à caça, hoje a população de elefantes é de aproximadamente 5,000. Em 1989 o governo começou a construir parques naturais para proteger os elefantes e animais que se encontravam na mesma situação. No entanto, caçadores ainda continuam a matar tigres,leopardos e ursos negros asiáticos, todos ameaçados de extinção.

 

Demografia

A população da Tailândia é relativamente homogênea: 85% da população compartilha a mesma cultura e língua, thai, que é o idioma ensinado nas escolas e usado no governo.O inglês é a segunda língua mais falada. No entanto, existem também diversos grupos étnicos como Shan, Lue, e Phutai. A maioria da população já está localizada nas áreas urbanas do país, e quanto mais o país se industrializa, mais a população das cidades aumenta, principalmente em Bangkok.

A religião mais praticada é o budismo, com quase 100% da população adepta a ela. O povo Thai é muito espiritualizado e muito ligado as suas crenças e cultura local.

Por causa dos programas de "planejamento familiar", o crescimento populacional do país diminuiu de 3% em 1960 para 1% nos dias de hoje. A expectativa de vida também cresceu, graças aos esforços do governo, que investiu na saúde pública através de programas para prevenção de doenças.

Por isso, o número de pessoas com câncer diminuiu incrivelmente nos anos 90 de 150,000 para 25,000 anualmente. A cultura Thai é uma das mais ricas do mundo, conhecida pela peculiar arte de sua cozinha, muito apreciada.

 

Religiões

  1. Budismo - 85,3%
  2. Islamismo - 6,8%
  3. Cristianismo - 2,2%
  4. Sem religião ou ateísmo - 2,1%
  5. Outras religiões - 4%

 

Política

Assim como a Espanha, o Reino Unido e o Japão, o país é uma monarquia constitucional, isto é, um território onde o primeiro-ministro é o chefe de governo e onde o monarca é o chefe de estado. O poder executivo é exercitado atualmente por uma junta militar que aponta seus Primeiros-ministros e o Gabinete. O poder legislativo é investido em uma legislatura apontada pela junta. O judiciário é independente do executivo e do legislativo. As atividades políticas são proibidas atualmente. Antes do golpe de estado de 2006, o reino era uma democracia parlamentar, com uma legislatura bicameral eleita.

 

Subdivisões

A Tailândia se divide em 75 províncias (changwats) e 1 municipalidade (maha nakhon) com o mesmo nível administrativo das províncias.

As províncias estão reunidas em 4 regiões que não possuem função administrativa e são utilizadas apenas para fins estatísticos e geográficos, são elas: Central, Norte, Nordeste e Sul.

Em algumas ocasiões a Região Central se divide em duas, Região Leste e Região Central, conforme divisão apresentada a seguir.

A Metrópole de Bangkok apesar de pertencer a Região Central, para fins de Censo, é apresentada destacada desta região.

O nome de cada província é o mesmo de sua capital, algumas vezes com o prefixo Mueang (ou Muang) para evitar confusão com a província.

Com a exceção da província Songkhla, a capital é também a maior cidade da província.

  1.  A Metrópole de Bangkok, a única municipalidade, é a divisão administrativa com maior população e densidade demográfica;
  2.  Nakhon Ratchasima é a maior província;
  3. Samut Songkhram é a menor província;
  4. Mae Hong Son é a província de menor densidade demográfica;
  5. Ranong é a província com menor população;

(censo de 2000).

Cada província é administrada por um governador, nomeado pelo Ministro do Interior. A única exceção é a municipalidade de Bangkok, onde se elege o governador.

De acordo com o censo de 2000, as províncias e a municipalidade estão subdivididas em 795 distritos (amphoes ou amphurs) e 81 subdistritos (king amphoes). Os distritos e subdistritos se dividem por sua vez em 7.255 tambons (comunas) e estes em 69.866 moobans (povoados). Os 50 distritos de Bangkok são chamados khets ou amphoes (oficial).

 

Economia

O desenvolvimento econômico da Ásia, relativamente bom, sofreu uma crise em 1997 que repercutiu por toda a região e prejudicou diversos países. Atingiu também a Tailândia que vinha tendo o maior crescimento econômico nesses últimos 10 anos média anual de 8,4% entre 1990 e 1995 – e desvalorizou totalmente o baht, moeda do país.

Desde então a Tailândia vem tentando estabilizar-se economicamente e obteve excelentes resultados, obtendo crescimento anual notável nos anos de 1999 até 2005. Atualmente o país é um dos maiores exportadores mundiais de arroz. Outro importante produto cultivado é a cana-de-açucar.

Durante a crise, o mercado de produtos manufaturados e industrializados ajudou (e muito) à sua recuperação econômica, com a exportação de produtos como computadores, sapatos, eletroeletrônicos, jóias, brinquedos, produtos de plástico,etc.

No entanto, a agricultura continua sendo de grande importância para a economia do país, com mais de metade da percentagem total de mão de obra sendo dedicada a esse setor. Porém,no ano de 1995, a renda dos trabalhadores rurais era 15 vezes inferior ao da renda da população que trabalhava em outros setores. Em 1999, a renda familiar média tailandesa foi de US$ 318 por mês, enquanto, para o setor agrícola, a média foi de apenas US$ 24 por mês. O turismo é um setor que contribui também bastante para o PIB anual do país. Em 2002, por exemplo, houve um aumento de 7% na quantidade de turistas em comparação ao ano anterior. Estados Unidos é o principal parceiro econômico da Tailândia, seguido pelo Japão e países europeus.

A estabilização e melhora da economia depende do aumento das exportações do país para países europeus e os Estados Unidos.

Bangkok é a região mais industrializada do país e, a região nordeste a mais pobre.

Embora a Tailândia venha se recuperando aos poucos da crise que abalou o país, a contínua melhora de sua economia depende de investimentos externos e aumento das exportações O baixo e lento nível de crescimento de mão de obra qualificada e engenheiros pode limitar a produtividade e eficiência do setor tecnológico, peça chave para o desenvolvimento econômico do país.

A Tailândia faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.

A Tailândia também tem parte do seu crescimento baseado no turismo que é crescente mesmo após a tsunami de 2004.

 

Cultura

Esporte

O Muay Thai também conhecido como Boxe Tailandês, é o esporte nacional da Tailândia. Consiste em uma arte marcial criada há mais de mil anos, é considerada uma das mais poderosas lutas do mundo, pela explosão de golpe e de agilidade.

Também é conhecida como "A Arte dos Oito Membros", pois caracteriza-se pelo uso dos cotovelos, joelhos e golpes violentos com a canela e pés, além dos punhos, em contraponto de artes que utilizam apenas os quatro membros, somente os pés e as mãos.

 

TIMOR-LESTE

 

Timor-Leste (oficialmente chamado de República Democrática de Timor-Leste) é um dos países mais jovens do mundo, e ocupa a parte oriental da ilha de Timor no Sudeste Asiático, além do exclave de Oecusse, na costa norte da parte ocidental de Timor, da ilha de Ataúro, a norte, e do ilhéu de Jaco ao largo da ponta leste da ilha. As únicas fronteiras terrestres que o país tem ligam-no à Indonésia, a oeste da porção principal do território, e a leste, sul e oeste de Oecusse, mas tem também fronteira marítima com a Austrália, no Mar de Timor, a sul. Sua capital é Díli, situada na costa norte.

Conhecido no passado como Timor Português, foi uma colónia portuguesa até 1975, altura em que se tornou independente, tendo sido invadido pela Indonésia três dias depois. Permaneceu considerado oficialmente pelas Nações Unidas como território português por descolonizar até 1999. Foi, porém, considerado pela Indonésia como a sua 27.ª província com o nome de "Timor Timur". Em 30 de Agosto de 1999, cerca de 80% do povo timorense optou pela independência em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas.

A língua mais falada em Timor-Leste era o indonésio no tempo da ocupação indonésia, sendo hoje o tétum (mais falado na capital). O tétum e o português formam as duas línguas oficias do país, enquanto o indonésio e a língua inglesa são consideradas línguas de trabalho pela atual constituição de Timor-Leste. Devido à recente ocupação indonésia, grande parte da população compreende a língua indonésia, mas só uma minoria o português.

Geograficamente, o país enquadra-se no chamado sudeste asiático, enquanto do ponto de vista biológico aproxima-se mais das ilhas vizinhas da Melanésia, o que o colocaria na Oceania e, por conseguinte, faria dele uma nação transcontinental.

 

História

De acordo com alguns antropólogos, um pequeno grupo de caçadores e agricultores já habitava a ilha de Timor por volta de 12 mil anos a.C. Há documentos que comprovam a existência de um comércio esporádico entre Timor e a China a partir do século VII, ainda que esse comércio se baseasse principalmente na venda de escravos, cera de abelha e sândalo, madeira nobre utilizada na fabricação de móveis de luxo e na perfumaria, que cobria praticamente toda a ilha. Por volta do século XIV, os habitantes de Timor pagavam tributo ao reino de Java. O nome Timor provem do nome dado pelos Malaios à Ilha onde está situado o país, Timur, que significa Leste.

O primeiro contato europeu com a ilha foi feito pelos portugueses quando estes lá chegaram em 1512 em busca do sândalo. Durante quatro séculos, os portugueses apenas utilizaram o território timorense para fins comerciais, explorando os recursos naturais da ilha. Díli, a capital do Timor Português, apenas nos anos 1960 começou a dispor de luz elétrica, e na década seguinte, água, esgoto, escolas e hospitais. O resto do país, principalmente em zonas rurais, continuava atrasado.

Até Agosto de 1975 Portugal liderou o processo de auto-determinação de Timor-Leste, promovendo a formação de partidos políticos tendo em vista a independência do território. Quando as forças pró-indonésias atacam as forças Portuguesas no território, estas são obrigadas a deixar a ilha de Timor e refugiam-se em Ataúro quando se dá início à Guerra Civil entre a FRETILIN e as forças pró-Indonésias. A FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste) saiu vitoriosa da guerra civil e proclamou a independência a 28 de Novembro do mesmo ano, o que não foi reconhecido por Portugal. A proclamação da independência por um partido de tendência Marxista levou a que a Indonésia invadisse Timor Leste. Em 7 de Dezembro, os militares indonésios desembarcavam em Díli, ocupando brevemente toda a parte oriental de Timor, apesar do repúdio da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança da ONU, que reconheceram Portugal como potência administrante do território.

A ocupação militar da Indonésia em Timor-Leste fez com que o território se tornasse a 27.ª província indonésia, chamada "Timor Timur". Uma política de genocídio resultou num longo massacre de timorenses. Centenas de aldeias foram destruídas pelos bombardeios do exército da Indonésia, sendo que foram utilizadas toneladas de napalm contra a resistência timorense (chamada de Falintil). O uso do produto queimou boa parte das florestas do país, limitando o refúgio dos guerrilheiros na densa vegetação local.

Entretanto, a visita do Papa João Paulo II a Timor-Leste, em outubro de 1989, foi marcada por manifestações pró-independência que foram duramente reprimidas. No dia 12 de Novembro de 1991, o exército indonésio disparou sobre manifestantes que homenageavam um estudante morto pela repressão no cemitério de Santa Cruz, em Díli. Cerca de 200 pessoas foram mortas no local. Outros manifestantes foram mortos nos dias seguintes, "caçados" pelo exército da Indonésia.

A causa de Timor-Leste pela independência ganhou maior repercussão e reconhecimento mundial com a atribuição do Prêmio Nobel da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e José Ramos Horta em outubro de 1996. Em julho de 1997, o presidente sul-africano Nelson Mandela visitou o líder da FRETILIN, Xanana Gusmão, que estava na prisão. A visita fez com que aumentasse a pressão para que a independência fosse feita através de uma solução negociada. A crise na economia da Ásia no mesmo ano afetou duramente a Indonésia. O regime militar de Suharto começou a sofrer diversas pressões com manifestações cada vez mais violentas nas ruas. Tais atos levam à demissão do general em maio de 1998.

Em 1999, os governos de Portugal e da Indonésia começaram, então, a negociar a realização de um referendo sobre a independência do território, sob a supervisão de uma missão da Organização das Nações Unidas. No mesmo período, o governo indonésio iniciou programas de desenvolvimento social, como a construção e recuperação de escolas, hospitais e estradas, para promover uma boa imagem junto aos timorenses.

Desde o início dos anos 1990, uma lei indonésia aprovava milícias que “defendessem” os interesses da nação, em Timor-Leste, o exército indonésio treinou e equipou diversas milícias, que serviram de ameaça contra o povo durante o referendo. Apesar das ameaças, mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de agosto de 1999 para votar na consulta popular, e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam a independência.

As milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma onda de violência antes da proclamação dos resultados. Homens armados mataram nas ruas todas as pessoas suspeitas de terem votado pela independência. Milhares de pessoas foram separadas das famílias e colocadas à força em caminhões, cujo destino ainda hoje é desconhecido (muitas levadas a Kupang, no outro lada da ilha de Timor, pertencente a Indonésia). A população começou a fugir para as montanhas e buscar refúgio em prédios de organizações internacionais e nas igrejas. Os estrangeiros foram evacuados, deixando Timor entregue à violência dos militares e das milícias indonésios.

Em 1990 João Gil publica no álbum "Um destes dias" a famosa música portuguesa "Timor" escrita por João Monge, e várias vezes cantada por Luís Represas. Música essa que quase originou um segundo hino nacional e que ainda hoje faz presença nos concertos da banda.

A ONU decide criar uma força internacional para intervir na região. Em 22 de setembro de 1999, soldados australianos sob bandeira da ONU entraram em Díli e encontraram um país totalmente incendiado e devastado. Grande parte da infra-estrutura de Timor-Leste havia sido destruída e o país estava quase totalmente devastado. Xanana Gusmão, líder da resistência timorense, foi libertado logo em seguida.

Em abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para a escolha do novo líder do país. As eleições consagraram Xanana Gusmão como o novo presidente timorense e, em 20 de Maio de 2002, Timor-Leste tornou-se totalmente independente.

Em 2005, a cantora colombiana Shakira gravou uma música-protesto intitulada de "Timor". A música, escrita e composta pela cantora, fala de como a comunicação social ocidental deu importância ao caso da independência de Timor-Leste há alguns anos, e como agora essa mesma comunicação social, televisões e rádios já não se interessavam por este país.

Em 2006, após uma greve que levou a uma demissão em massa nas forças armadas leste-timorenses, um clima de tensão civil emergiu em violência no país. Em 26 de Junho o então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou o cargo, assumindo interinamente a coordenaria ministerial José Ramos Horta, que, em 8 de Julho, foi indicado para o cargo pelo presidente Xanana Gusmão, pondo termo ao clima vigente.

A situação permanece razoavelmente estável devido à intervenção militar vinda da Malásia, Austrália, Nova Zelândia e à pressão política e militar de Portugal que tenta apoiar Timor-Leste no seu desenvolvimento.

José Ramos Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese.

Na segunda volta das eleições de 9 de Maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente da República, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão no cargo.

A 6 de Agosto de 2007, José Ramos-Horta indica Xanana Gusmão, ex-presidente da república, como 4º primeiro-ministro da história do país sucedendo a Estanislau da Silva. Xanana Gusmão, líder do renovado CNRT, apesar de 2º classificado nas eleições legislativas de Junho com 24,10% dos votos (atrás dos adversários da FRETILIN de Francisco Lu-Olo), alcançou uma série de acordos pós-eleitorais com as restantes forças políticas da oposição que conferem ao seu governo um estatuto de estabilidade.

Em 11 de Fevereiro de 2008 Ramos-Horta sofreu um atentado perto da sua casa em Díli. Neste atendado, os guardas de sua residência mataram o ex-oficial do Exército de Timor-Leste, Alfredo Reinado (rebelado desde maio de 2006), acusado perante a Corte Suprema do país de homicídio, após a onda de violência causada por sua expulsão do exército junto com 598 outros militares por desobediência.

O mesmo grupo também é acusado de efetuar disparos contra a residência do primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão, mas nada foi esclarecido ainda em relação a este segundo ataque, que não deixou vítimas.

 

Política

O Chefe de Estado de Timor-Leste é o Presidente do mesmo, que é eleito pelo voto popular para um mandato de cinco anos. Embora o papel seja largamente simbólico, o presidente não tem poder de veto sobre certos tipos de legislação. Após as eleições, o presidente designa o líder do maior partido ou coligação maioritária como o Primeiro-Ministro de Timor-Leste. Como chefe do governo, o primeiro-ministro preside o Conselho de Estado ou de governo.

O parlamento de câmara única é o Parlamento Nacional, cujos membros são eleitos pelo voto popular para um mandato de cinco anos. O número de bancos pode variar entre um mínimo de 52 a um máximo de 65, embora excepcionalmente tenha 88 membros, actualmente, devido a este ser o seu primeiro mandato. A Constituição timorense foi decalcada da de Portugal. O país ainda está no processo de construção da sua administração e instituições governamentais.

 

Divisão administrativa

Timor-Leste está subdividido em 13 distritos administrativos, cada um com uma capital, e que mantêm, com poucas diferenças, os limites dos 13 concelhos existentes durante os últimos anos do Timor Português. O país também formado por 67 subdistritos, variando o seu número entre três e sete subdistritos por distrito. Os subdistritos são divididos em 498 sucos, compostos por uma localidade sede e subdivisões administrativas, e que variam entre dois e dezoito sucos por subdistrito.

 

 

Geografia

Timor-Leste possui um território de 18 mil km², ocupando a parte oriental da ilha de Timor. O país é muito montanhoso e tem um clima tropical. A montanha mais alta de Timor é o Tatamailau, com 2.963 metros de altitude. Com chuvas dos regimes das monções, enfrenta avalanches de terra e frequentes cheias. O país possui 800 mil habitantes.

A ilha de Ataúro, ao norte de Díli, e o ilhéu de Jaco, a leste do país, também fazem parte do território timorense.

 

Clima

Timor-Leste possui um clima de características equatoriais, com duas estações anuais determinadas pelo regime de monções. A fraca amplitude térmica anual é comum a todo o território e só o regime pluviométrico tem alguma variabilidade regional. Podem considerar-se três zonas climáticas: a situada mais a norte é a menos chuvosa (menos de 1500 mm anuais) e a mais acidentada, com uma estação seca que dura cerca de cinco meses. A montanhosa zona central registra muita precipitação e um período seco de quatro meses. Por fim, a zona menos acidentada do Sul, com planícies de grande extensão expostas aos ventos australianos, é bastante mais chuvosa do que o Norte da ilha e tem um período seco de apenas três meses.

 

Economia

O investimento secular de Portugal na sua colónia na Insulíndia não foi suficiente para a desenvolver adequadamente, tendo esta permanecido pobre até aos nossos dias.

Foram, no entanto, construídas algumas infraestruturas de saúde, ensino e transportes depois da Segunda Guerra Mundial. O comércio de sândalo, uma das principais mercadorias do território perdeu importância e a sua única fonte de rendimento passou a ser uma modesta produção de café.

A contribuição dada pela Indonésia na construção de infraestruturas foi superior ao de Portugal, apesar de corresponder também a interesses próprios, como o do transporte mais rápido das tropas ou da absorção sócio-cultural indonésia e descaracterização da cultura própria timorense. No entanto, grande parte das edificações foi destruída pelas milícias pró-indonésias no período que se seguiu à declaração de vitória dos independentistas: bancos, hotéis, escolas, centros de saúde, etc. A já débil economia timorense foi completamente arrasada, tendo ficado dependente totalmente da cooperação internacional para a sua reconstrução.

A moeda oficial timorense é, desde 2000, o Dólar dos Estados Unidos.

 

Demografia

A sociedade timorense conviveu durante quase três décadas com a opressão e a violência. Simultaneamente, exibiu uma capacidade de resistência e uma vontade de ser parte activa no seu destino verdadeiramente ímpares, característica que ofusca qualquer outra.

A heterogeneidade étnico-cultural é evidenciada pelos seus dialectos, variadas línguas, materiais produzidos ou diferentes estilos arquitectónicos.

Apesar de maioritariamente católicos, os timorenses não se podem considerar inteiramente convertidos, a avaliar pela rica tradição oral composta por lendas e mitologias que remontam a tempos pré-coloniais.

Crê-se que cerca de um terço da população existente em 1975 foi, até à entrada das tropas das Nações Unidas, dizimada por acção indonésia.

 

Cultura

A cultura de Timor-Leste reflete inúmeras influências, incluindo de Portugal, da tradição Católica Romana, e da Malásia, sobre as culturas indígenas austronésicas melanésias e de Timor. Lendas dizem que um gigantesco crocodilo foi transformado na ilha de Timor, ou Ilha do Crocodilo, como é frequentemente chamado. A cultura timorense é fortemente influenciada pelas lendas austronésicas, embora a influência católica também seja forte.

O analfabetismo ainda é generalizado, mas há uma forte tradição de poesia. No que diz respeito à arquitetura, alguns edifícios de estilo português podem ser encontrados, junto com os tradicionais totens em casas da região oriental. Estas são conhecidas como uma lulik (casas sagradas em tétum), e lee teinu (casas com pernas) na região de Fataluku. O artesanato também é generalizado, como é a tecelagem de tradicionais lenços ditos tais.

 

Línguas

De acordo com a Constituição de Timor-Leste, o tétum e o português têm o estatuto de línguas oficiais. De acordo com parágrafo 3 do artigo 3 da Lei 1/2002, em caso de dúvida na interpretação das leis prevalece o português.

Para além do tétum, existem mais quinze línguas nacionais em Timor-Leste: ataurense, baiqueno, becais, búnaque, cauaimina, fataluco, galóli, habo, idalaca, lovaia, macalero, macassai, mambai, quémaque e tocodede.

O inglês e o indonésio têm o estatuto de línguas de trabalho nas provisões transicionais da Constituição.

Mercê de fluxos migratórios de população chinesa, o mandarim, o cantonês e, principalmente, o hakka são também falados por pequenas comunidades.

 

Religião

As religiões praticadas no país são catolicismo (90%), islamismo (4%)[6], protestantismo (3%), hinduísmo (0,5%), além do budismo e do animismo (2,5%).

 

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